E parece que é isto, que as relações são feitas de testes, de entrelinhas, de mensagens subliminares onde ninguém chama as coisas pelos nomes, onde se usam meias palavras, tudo porque alguém, porque algum iluminado, postulou que não se deve mostrar tudo sob pena de fazer-se perder o mistério e a magia. Andamos portanto em pseudo-jogos de sedução onde achamos que temos de dar uma no cravo e outra na ferradura. Teimamos em umas vezes levantar a ponta do véu e noutras tapar tudo e mais alguma coisa deixando as pessoas às cegas, sem saber onde pôr o pé. Ah, e como regra de ouro para este jogo: nunca, jamais em tempo algum, mostrar qualquer sinal de fraqueza ou fragilidade.
E é por isso que quando surge alguém tão seguro de si que não precisa destes jogos infantis de conquista, alguém que não tem medo de fazer a pessoa com quem está sentir-se especial todos os dias, nos mais pequenos gestos, alguém que é forte o suficiente para mostrar, sem reservas ou pudores, sem medo de perder seja o que for, que GOSTA, alguém que não nos garante o que não pode ser garantido, mas que nos dá a certeza de onde estamos a pisar, alguém que não nos alimenta de palavras e promessas de amor, mas sim de gestos, atitudes, sorrisos e olhares, tudo o resto nos parece pouco, tudo nos parece na verdade nada!
Ouvi dizer que "se conseguires fazer uma mulher sentir-se segura, tens dela o que quiseres" e, apesar de poder até parecer algo redutor, é um facto. Não há nada que conquiste mais uma mulher do que saber, sem margem para duvidas, qual o seu lugar.
O problema é que isso dá trabalho. Não se consegue com frases estudadas, com atitudes ensaiadas ou com os clichés amorosos comuns, e isso é difícil e não está ao alcance de todos. Está apenas ao alcance daqueles que preferem ter apenas uma porta aberta, escancarada, onde não precisam bater antes de entrar pois sabem que assim que transpuserem a ombreira da porta estão em casa, em terreno seguro, e nao dos que preferem ter várias portas entreabertas onde, ocasionalmente, vão espreitando sem saber o que vão encontrar do outro lado. Está apenas ao alcance aqueles que são fortes o suficiente para admitirem as suas fraquezas, os seus medos e que se entregam sem receio de saírem magoados, dos que não precisam de alimentar o ego com aquilo a que se pode chamar fast food. Está apenas ao alcance dos resolvidos.
E homens resolvidos conquistam mulheres resolvidas. Mulheres que ao sentirem-se especiais, seguras do chão em que pisam retribuem na mesma moeda.
Na verdade parece simples. Assumindo que isto se passa entre adultos, entre pessoas que sabem o que querem, ou pelo menos o que não querem, tinha tudo para resultar. Aliás, não é preciso ser um génio, um Pitágoras ou um Einstein para perceber que na sua essência as pessoas são simples e que, de uma forma também ela simples, as atitudes das pessoas não são mais do que na natureza se chama de par acção-reacção.
Se é assim tudo tão simples, então porquê que não funciona?
Murphy, dizem uns. Egoísmo dizem outros. Ego, digo eu...
E só assim para desanuviar aquilo que podia ser um post mais sério, assim uma espécie de desabafo (mas sem lhe tirar a importância que tem) aqui fica um slogan para as mulheres que concordam com o que eu disse:
"Abaixos os gajos com egos fodidos. Queremos Homens resolvidos!"
Entoado ao estilo manifestação política, ok?