40+4

Nem sempre o nosso aniversário corre como desejamos ou planeamos. A vida acontece, dá voltas, os planos alteram-se, sem que isso seja exatamente uma coisa má.

Não adoro fazer anos, mas ontem gostei mesmo muito de fazer.

O dia foi bonito, calmo e no fim, não podia estar mais orgulhosa dos meus filhos que, trouxeram Verona e muito amor até mim.

Tenho mesmo as pessoas certas à volta. Nós os 4 somos mesmo uma equipa do caraças e à nossa volta temos uns Elfos do melhor que há! 

Foi um dia feliz, cheio de detalhes incríveis que só quem me conhece muito bem e quem gosta muito consegue fazer. Assim uma pessoa quase nem se importa de ficar mais velha.

Afinal...

Ele não ligava a decorações de Natal. Ela sempre viveu a época em ácidos.

Ele fazia a árvore de natal e comprava os presentes na véspera. Ela em Novembro já tinha a casa decorada.

Ele não gostava de neve nem de frio. Ela sonha acordar com tudo branco lá fora.

Ele achava os filmes de Natal um pavor. Ela via e revia todos os disponíveis.

Ele nunca ouvia músicas de Natal. Ela tinha playlists personalizadas desde o tempo dos cd's.

Ele não ia a mercados nem feiras de Natal. Ela delirava com tudo que se pudesse parecer com isso, nem que fosse beber uma ginja no Rossio depois de ver as luzes.

Dez anos depois gosta de ver as luzes da árvore a piscar, mesmo em novembro, trauteia músicas de Natal, opina nas decorações e acha as nossas árvores as mais bonitas que conhece, mesmo que nem sempre o admita. Ainda não quer viver num local em que neve, mas férias brancas já fazem parte dos planos, não só vai a mercados de natal como já faz pinturas faciais alusivas ao tema e não resiste à foto com o Pai Natal e ontem, pela primeira vez, viu uma comédia romântica de natal. Dei por ele a deitar uma lagriminha o que nos arrancou muitas e boas gargalhadas depois.

Acho que ao fim de 10 anos consegui convertê-lo para o lado da magia.

Na minha cabeça estava tudo tão bem

Estava tudo em harmonia, equilibrado, com tão bom ar, tudo tão giro. Estava assim um misto de sofisticado e casual que não podiam combinar mais com este tempo outonal.

A verdade é que a luz do dia e saíndo da minha cabeça ensonada, coberto com a névoa típica das 07h30 da manhã, nada resultou como eu tinha vislumbrado.

Acontece que os horários não se compadecem destes maus julgamentos e ainda piores decisões, pelo que me resta envergar a roupa que eu mesma escolhi o resto do dia.

É relaxar e esperar que mais logo o pijama me caia melhor.

É por estas e por outras que não confio em App's

O meu Accuweather diz que no local onde me encontro está sol e uns amenos 20ºC de sensação térmica.

A realidade é que está frio e a chover.

E tu, Anita, não querias este tempo? Queria pois. Não lamento a chuva e o fresco. Lamento apenas ter deixado a gabardine e o chapéu de chuva no carro que, pasmem-se, está longe de estar á porta. 

Minha doce gordinha

Hoje aprendeste uma lição gigante de vida.

Aprendeste que ser valente é corajoso não é trepar árvores muito altas, não é dar mergulhos muito fundos, não é saltar de asa delta nem andar sozinha à noite pela casa escura.

Ser valente é assumir quando erramos, principalmente quando tínhamos tanta vergonha de assumir. Ser corajoso é pedir desculpa, conscientes de que estivemos mal, mas queremos emendar o que foi feito.

Hoje foste muito mais valente, corajosa e doce do que imaginas e eu cá estarei para te lembrar disso e dar-te o beijo e abraço que mereces! 

Acreditem no que vos digo

 Será sempre à mesa, seja ela de jogo, de refeição ou de reuniões, que vocês ficam a conhecer relmente a educação e o berço de alguém. Sempre à mesa.

Vá, repitam comigo

 "De qualquer forma. De qualquer forma. De qualquer forma."

Só mais uma vez, para garantir que perceberam mesmo bem, " de qualquer forma".

E já que hoje estou com algum tempo para vos ensinar qualquer coisa, podem também aplicar isto ao " de qualquer maneira".

Não, não precisam de me agradecer. Na verdade isto não foi altruísmo, mas sim uma tentativa de amenizar os meus nervos, as minhas ânsias e dar algum descanso aos meus olhos que reviram sempre que vos oiço, nesse vosso ar de pessoas muito entendidas, cultas e do mais erudito que já se viu, a falar de forma rústica.

Agora vão. Sigam o vosso caminho e tentem falar como pessoas realmente educadas e letradas em vez de andarem por aí, quais saloios analfabrutos, a dizer "de qualqer das maneiras" ou "de qualquer das formas". Lembrem-se sempre que quando tentam brilhar sem ter qualquer polimento, será sempre nestes detalhes que serão apanhados. 

Já agora, se o instagram e afins vos deixar um algum tempo livre, usem a internet para ler um bocado, mas livros a sério, está bem? O Pedro Chagas Freitas e o Gustavo Santos não contam. Os livros de auto ajuda também não.

Os mais friorentos que me desculpem (ou não)

 Não podia estar mais contente por ter baixado a temperatura.

Já me estava a ver de t-shirt e a suar do bigode enquanto fazia a árvore de natal e já se sabe que natal e calor, por muito que queiram, não combinam.

Nem vale a pena virem dizer que nos trópicos também há natal e que também é muito bonito. Há sim senhor, que o natal não se pode tirar a ninguém e festeja-se onde o homem quiser. Quanto ao bonito...meus caros, não é. Não é bonito, mas é ridículo. O natal é representado por um velhote de barbas cuja roupa não está nem próxima de uns calções de banho. As árvores de natal têm neve, senhores. Ne-ve! Nada disso combina com 30ºC. Nada no conceito de natal grita calor ou praia. Pronto, já disse.

Assim sendo, e uma vez que já consegui vestir uma camisola fininha, achei melhor despachar já uma das 3 árvores de natal lá de casa, não vá o São Pedro trocar-me as voltas e daqui a uns dias estar novamente a assar em novembro.

Se fosse um animal

 ...hoje seria um peixe balão.

Não sei se é do calor se do muito que ando a comer, mas a verdade é que estou inflada como um peixe balão. Nem sequer me faltam os espinhos.

A vaidade é sempre a última a ir embora

E é pena. Se assim não fosse podia ser que houvesse quem percebesse que ter cabelos brancos na cabeça será sempre melhor do que ter um texugo morto, decolorado, a quem passou um camião por cima três vezes.

A minha mãe dizia que com a idade as mulheres não ficavam velhas, mas loiras. Neste caso em particular estou na dúvida se não é de substituir o "loiras" por burras, ou mesmo carecas.