Pois que quando uma moça entra na empresa, jovem, fresca, enxuta, é submetida a tudo o que é análise e exame, e, como relatório final, leva uma rabecada dos diabos por estar, claramente, abaixo do peso, em especial depois de ter parido a apenas 4 meses e por ter o colesterol alto demais para a sua idade. Sim, eu sei, é tudo muito bonito e tudo em prol da minha saúde, blá, blá, blá, eu vou ter atenção ao colesterol, mimimi, eu vou passar a ter uma alimentação e peso saudáveis, yeah, yeah, yeah.
Quase 5 anos volvidos, a moça, já não tão jovem, não tão fresca e não tão enxuta, volta a sentar-se no banco dos réus.
Depois de análises vistas, depois de exames analisados, depois das perguntas do costume, esperando eu que voltássemos à conversa do colesterol e que o mesmo me valesse mais umas chamadas do médico para a minha extensão para me relembrar que o dito estava alto, eis que a criatura não tem mais nada para me dizer a não ser "ganhou uns quilinhos desde a última vez que aqui esteve, não ganhou?"
Ainda pensei mandá-lo dar uma volta, dizer-lhe que já estive mais gorda. Pensei até em dizer-lhe que não, que ele é que se tinha enganado a escrever o meu peso da última vez. Ocorreu-me contar-lhe a história da mulher se querer como a sardinha e da gordura ser formosura. Podia até ter-lhe dito que há 5 anos atrás, também ele me parecia mais magro, com mais cabelo e menos atarracado, mas, perante o peso que li na minha ficha (ahhhh, bons tempos) e o que tinha acabado de ver na balança, só me restava uma abordagem à questão...
e foi assim, de forma airosa e diplomática, que tive direito ao meu "APTA" acompanhado de um "e bom, bom era que deixasse de fumar"
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