Então uma criança nasce no seio de uma linda família com tradição verde e branca (ignorem a tia que é na verdade a excepção que confirma a regra), que nasce. À criança é lhe incutida desde pequeno a grandeza que é, independentemente das vitórias ou derrotas, pertencer ao Clube de Portugal (sim, não é Lisboa, muito menos arredores tais como Benfica), que é.
Uma pessoa leva a criança às aulas de piano para que ele tenha, desde cedo, um refinado gosto para a música, para que se lhe desenvolva melhor a capacidade de raciocínio, à natação para que pratique um desporto completo, competitivo, divertido, a museus e parques naturais para que o seu gosto pela arte e ciência cresça com ele.
O "piqueno" é levado a viajar para que desde cedo seja uma pessoa esclarecida, com uma mente aberta e uma vasta visão do mundo e, nessa última viagem, o que vê ele numa montra indo pedir à sua avó para lhe comprar? (aqui vê-se claramente que, apesar de tudo, a criança é esperta em não ir pedir à sua mãe, havendo portanto hipóteses de cura dado o seu elevado Q.I.)
Uns ténis do Benfica, senhores! Uns ténis do Benfica! Pior, uns ténis do Benfica para poder completar o equipamento que em tempos foi recambiado para casa do seu pai (lampião...sim, eu sei que é triste!).
Agora alguém me explique como é que se convence uma criança que está feliz por ir esta semana comprar os tais ténis que andar com aquilo nos pés a jogar à bola já é mau, mas que querer levá-los para a escola, assim a título de calçado principal é de bradar aos céus. Pois, é difícil.
E assim de repente, enquanto escrevia este post, aproveitei o facto de já estar no computador para fazer uma pequena pesquisa sobre colégios internos e clínicas onde se possam fazer lobotomias.
Tudo pela (boa) educação do meu "piqueno", claro!
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