Perante o fabuloso, requintado e por demais delicioso prato de fusilli tricolor com salsichas (o facto de serem do tipo Frankfurt abona em meu favor ou nem por isso?), o Calvin admitiu, ainda que da forma mais diplomática possível, que gostava, um bocadinho de nada, mais da comida do pai do que da minha. Imagine-se!
Acho que já tinha deixado claro várias vezes, como por exemplo
aqui,
aqui ou
aqui, que isso de ser fada do lar não é coisa que me assista, em especial no que à cozinha diz respeito, mas é também verdade que os meus dotes culinários têm vindo a melhorar de dia para dia e não, não vale a pena tentarem imaginar como eram antes.
E foi assim que, com o Calvin a olhar para o prato enquanto, meio a rir meio corado, escolhia as melhores palavras para me dizer que o pai cozinhava melhor, ouvi o meu filho de 5 anos a dar-me uma receita de um parto que ele e o pai fazem e ao qual chamam de mistela (?!), repetindo constantemente que era muitoooo fácil de fazer (nesta altura o pormenor do "dentinho de alho" matou-me).
Hoje, na qualidade de mãe dedicada que sou, é óbvio que o jantar foi a tal mistela (a qual foi aprovada) e para verem como além de sofisticada e prendada sou mesmo esforçada, até a fiz em forma de pudim.
À primeira vista pode parecer um pudim de arroz, mas é mistela e das boas, ok?
Se a coisa não corresse bem eu tinha a postos uma sobremesa capaz de o fazer esquecer o prato principal, mas diz que, para além da mistela estar deliciosa a criança não é lá muito dada a doces.
Espero que este magnifico repasto não me valha uma visitinha da comissão de protecção a crianças e jovens...