A vida no campo é dura. Sempre ouvi dizer isso e não podia concordar mais: é mesmo uma dureza! Mas se o dia no campo não é fácil, a noite no campo é ainda pior! A primeira noitada aguenta-se bem, a segunda nem faz grande mossa, à terceira o pequeno-almoço já sabe a cartão, à quarta troca-se o pequeno almoço por dois cafés bem fortes e uns óculos escuros e à quinta...bom, à quinta é o descalabro. O despertador deixa de se ouvir, o pequeno almoço, visto que já sabia a cartão há uns dias, fica para segundas núpcias, café nem vê-lo, a australiana a bater violentamente na porta do quarto não se ouve e acorda-se à hora em que as rodas do autocarro já deviam estar a rolar estrada fora como o telefonema do responsável pela logística a perguntar se estás viva.
Saltas para a banheira não para te lavares, mas para te molhares, enfias tudo ao molho para as malas enquanto rezas para não te esqueceres de nada pois quando as voltares a abrir já vais estar a 500 km de distância, tentas desesperadamente fechá-las, corres hotel fora, tu e as malas aos trambolhões, chegas ao autocarro onde estão 24 pessoas sentadas, à tua espera e és recebida com uma enorme salva de palma. Luxo!
Desde que o telefone tocou até estares a suar e a arfar sentada no autocarro, algures entre o meio atordoada e o com as rotações no red line, parece-te que se passou uma eternidade e que às tantas já é quase hora de almoço quando na verdade olhas para o relógio e vês que só te atrasaste 15 minutos.
Usain Bolt, vai buscar! Com direito a palminhas e tudo.
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