11 anos e 362 dias foi o tempo em que, depois de me ter tornado mãe, escapei de pertencer a grupos de whatsapp criados para o efeito.
Podia gabar-me desse feito até ontem. Podia, digo em. Já não posso.
Ah, mas aos 12 anos essa criança é já um pré-adolescente e até é bom os pais terem os contactos todos dos pais dos amigos. Assim vão controlando mais facilmente onde, com quem e o quê que eles combinam - dizem vocês. Pois que não - digo eu. O grupo não é para a minha cria mais velha, mas sim para a minha cria mais nova que tem, espantem-se 2, DOIS, DO-IS anos. Isso mesmo.
Ao que parece, nós progenitores, não temos apenas de substituir a sua ainda parca autonomia para comer, vestir, deitar, trocar fraldas e demais afazeres básicos. Não. Temos também de substituir as nossas pequenas crianças nas redes sociais onde elas um dia hão-de comunicar. Assim vamos já adiantando serviço e vamos convivendo nós por elas. Não é bonito? É pois!
E espantam-se, nesse grupo, tal como na creche, ou mesmo na maternidade, a partir do momento em que expulsámos cá para fora esses pequenos seres, também não temos nome. O que é lá isso agora de termos nome próprio? Somos a mãe do fulano e do beltrano.
E se antes estes grupos eram quase exclusivos das mães, agora também lá há pais. Acho bem, que isto da igualdade é para tudo e para todos e o direito a esta rambóia virtual não podia ser exclusiva do cromossoma X.
Acontece que, pelo que ouvi dizer, estes grupos andávam muito à volta da festinha de anos dos cachopos, das decorações de natal do colégio, da festa de fim de ano e, acima de tudo, eram também uma espécie de montra onde as mães, seres cheios de orgulho nas suas pequenas criaturas, exibiam os seus feitos, proezas e conquistas, tal como antes se fazia à porta da escola, mas agora com fotos, para não deixar nada à imaginação dos outros, muito menos dúvidas sobre a veracidades dos factos. Ora bem, já se sabe, sem querer ser machista ou qualquer coisa menos simpática que me queiram apelidar, que os pais são menos dados a essas conversas e exibicionismos, pelo que me questiono qual será a sua participação nestas conversas.
Podia pôr-me aqui a alvitrar sobre as possibilidades, mas prefiro remeter-me ao silêncio por uns tempos, observar e depois dizer de minha justiça. Nos entretantos acho que vou adicionar o macho-alfa ao grupo que isto de ter filhos e como no casamento: na alegria e na tristeza!
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