terça-feira, 22 de novembro de 2022

Sempre a viver no fio da navalha

A cria mais velha faz anos amanhã. A progenitora no sábado. A cria mais nova já fez, mas diz que tem saudades de andar de avião. Todos nós temos. Resolvo que nada melhor para entrar nos 42 e festejar com algum delay os anos da cria mais velha do que uma pequena escapadela. Compro os voos, marco o hotel...e a cria mais velha fica doente. Diz que são as viroses fruta da época que em 2 ou 3 dias ficam boas toque de ben-u-ron, brufen e antibiótico. Agora é fazer figas para que 6feira nada os impeça de levantar voo bem cedo, bem dispostos e todos de boa saúde.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Ai senhores!

Custa tanto, mas tanto ouvir pessoas a falar um português capaz de pôr Camões, Saramago ou qualquer pessoa com mais do que o 4º ano de escolaridade, a chorar de vergonha. Pior é quando essas mesmas pessoas o fazem com ares de quem possui uma sapiência muito acima da média. Juro que estou a pontos de corar como consequência da vergonha alheia.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Para mim já é Natal

E nada me dá mais prazer do que preparar a casa para a época. Tirando o cheiro da neve artificial que insisto em colocar na árvore, mal vejo a hora de ter todas as luzes a piscar. 2 já estão feitas. Hoje terminamos a 3ª. Quem sabe se um dia não faço mais uma no hall de entrada e outra no meu quarto. Que comecem as festas e a minha época favorita do ano!

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Let the weekend begin

Ando a chegar à 6feira com aquela sensação de que me passou um camião por cima.
Acordo com as galinhas e acabo o dia como um frango depenado.
Anseio por aqueles breves minutos fechada em que finjo que não tenho mais nada para fazer a não ser relaxar.
Passo os olhos pelas redes sociais e depois pelo espelho. Ou aquelas mulheres cheias de sucesso profissional, filhos aos magotes, maridos gatos e elas com uma figuraça de fazer inveja não passam de uma bela treta que nos impingem, embrulhado em mil filtros e falso glamour, ou estou mesmo um caco e sou uma azarada do mais azarado que já se viu.
Hoje apetecia-me hibernar, mas não dá. Sou ursa, mas tenho de me manter acordada e muito ativa sem direito à sesta invernal.
Penso no magusto que tenho aqui em casa amanhã, com amigos e crianças. Sempre gostei do São Martinho. Sei lá, além de amar castanhas parece-me um prelúdio do Natal. Não sei explicar, mas gosto. Ao mesmo tempo penso na trabalheira que me vai dar e ao mesmo tempo que amo ter casa cheia, volto a pensar nisso de hibernar e de ser ursa.
Há dias que a vida complica-se. Noutros somos nós que conseguimos complicá-la. Hoje creio ser uma combinação dos 2.
Já disse que ser mulher é lixado muitas vezes. Mantenho a afirmação. 
Não posso hibernar, já percebi isso, mas posso enroscar-me no sofá com os meus 2 amores e, parecendo que não, acredito que me faça melhor do que dormir na caverna até à primavera chegar. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Um bocado de escatologia, nem sabe o bem que lhe fazia

Deve ser isso que pensa a criatura do sexo feminino que teima em usar o wc da chafarica logo pela fresca. Aposto que mal põe o pé no escritório, lá vai ela a correr para o cubículo para fazer o nº2. A mim já me faz espécie quem o consegue fazer no escritório com toda a calma e descontração que o momento exige. Dias há em que tenho muit inveja. Conto os minutos para poder ir para casa tratar de uma das mais báscicas necessidades humanas. A grande questão não é quem satisfaz, ou não, as suas necessidades fisiológicas no local de trabalho. A minha questão é quem o faz e deixa evidências para quem vem depois. Malta, é olhar 2 vezes. Duas vezes antes de ir embora e bater com a porta. Não custa assim tanto, pois não? Acreditem que custa mais quem vem a seguir e tem de levar com...bom vocês sabem. Muito agradecida

sábado, 5 de novembro de 2022

24h no Bumble

Comprar roupa na La Redoute ou na Shein já é mau. Escolher pessoas por catálogo é ainda pior.
Fiquei surpreendida pela quantidade de malta nova que por lá anda. Na minha altura (sim, já digo que "na minha altura") os encontros eram fáceis, cara a cara e o catálogo não era online, era na vida real. 
Vi mais caras conhecidas do que esperva
Acho toda a gente com um ar meio psicopata, meio bronco.
Fiz swipe right num colega de liceu que não via há mais de 25 anos. Ele fez match comigo, mas só me reconheceu quando falámos. Aproveitámos para pôr a conversa em dia. Ele foi convencido a criar conta por um amigo solteirão. Eu pela empregada e pela minha manicure. 
Não achei quase ninguém com ar normal e os poucos que tinham nem sequer me apetecia falar.
Não sou feita para isto do online dating, mas ri-me até me doer os abdominais com as fotos que a malta acha que são a melhor versão de si próprio.
Agora toda a gente é CEO ou entrepreneur. 
Ponto positivo: são sempre as mulheres a iniciar a conversa. Não levas logo assim à bruta com cenas marcadas. 
Há muita gente solitária. 
Foi giro, mas acabou-se. Back to real life. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Qual é a linha que separa?

Mais cedo ou mais tarde, todos nós traçamos linhas que definem os nossos limites, que definem o que é ou não aceitável na nossa vida. Por vezes traçamos essas linhas com giz e ao fim de uns tempos este vai ficando mais ténue e já ninguém sabe muito bem, nem mesmo nós, onde é que se pode ou não pisar. Quando essa linha é traçada a tinta permanente, bem grossa, bem visível, até onde é que permitimos que alguém não só a pise como a transponha? Podemos tentar definir isso com base na nossa inteligência, ingenuidade, por vezes fragilidades, falta de amor-próprio, medo e tantos outros fatores e variáveis aos quais se chama vida, mas há o dia. Há o dia em que decidimos que aquela linha deixou de ser apenas um traço, sumido ou bem marcado no chão, o qual há quem prefira ignorar a sua existência. Há o dia em que fazemos daquela linha um muro de betão armado pelo qual ninguém nem nada pode passar. Hoje não acordei com um pincel na mão. Acordei com uma betoneira a trabalhar a todo o vapor e, cheira-me, que vai haver quem perceba que há linhas que não podem ser passadas.