Acordo com as galinhas e acabo o dia como um frango depenado.
Anseio por aqueles breves minutos fechada em que finjo que não tenho mais nada para fazer a não ser relaxar.
Passo os olhos pelas redes sociais e depois pelo espelho. Ou aquelas mulheres cheias de sucesso profissional, filhos aos magotes, maridos gatos e elas com uma figuraça de fazer inveja não passam de uma bela treta que nos impingem, embrulhado em mil filtros e falso glamour, ou estou mesmo um caco e sou uma azarada do mais azarado que já se viu.
Hoje apetecia-me hibernar, mas não dá. Sou ursa, mas tenho de me manter acordada e muito ativa sem direito à sesta invernal.
Penso no magusto que tenho aqui em casa amanhã, com amigos e crianças. Sempre gostei do São Martinho. Sei lá, além de amar castanhas parece-me um prelúdio do Natal. Não sei explicar, mas gosto. Ao mesmo tempo penso na trabalheira que me vai dar e ao mesmo tempo que amo ter casa cheia, volto a pensar nisso de hibernar e de ser ursa.
Há dias que a vida complica-se. Noutros somos nós que conseguimos complicá-la. Hoje creio ser uma combinação dos 2.
Já disse que ser mulher é lixado muitas vezes. Mantenho a afirmação.
Não posso hibernar, já percebi isso, mas posso enroscar-me no sofá com os meus 2 amores e, parecendo que não, acredito que me faça melhor do que dormir na caverna até à primavera chegar.
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