E é só isso que resta. quando tudo acaba, quando já não há mais nada, quando já não há um corpo que nos acompanha, restam-nos as memórias. Restam-nos as lembranças das coisas boas e dos momentos felizes.
Custa habituarmo-nos à ideia de não ter, de não ver, de não estar, mas o que é certo é que a vida continua e que depois das lágrimas secarem, depois da tristeza passar [e sim, ela passa] ficam só mesmo as memórias...e a saudade.
E eu não me vou, nem quero, esquecer. E são muitas as coisas que tenho para me lembrar.
Não há dinheiro, casas, bens, roupas, carros ou qualquer outra coisa que levemos connosco para a cova a não ser a diferença que fizemos na vida dos outros. Não há melhor herança do que os bons momentos que se passaram juntos. E para isso não há testamentos, não há escrituras, não há envelopes selados nem documentos que o comprovem, e isso ninguém nos tira!
E mesmo que o sacana do alemão um dia me ataque, mesmo que o sacana do alemão me leve todas as minhas memórias, não faz mal porque o que é certo é que há-de haver um lugar qualquer onde mesmo que elas desapareçam, o sentimento vai continuar lá.
Já achei que a morte era uma puta que nos rouba o que mais gostamos, já achei que a morte era uma bênção capaz de acabar com o mais atroz dos sofrimentos, já achei que a morte era um bicho papão que à noite se escondia debaixo da minha cama para me assustar, já achei que a morte era uma ordinária injusta e até que, se fosse um jogo de computador, seria as letras finais que aparecem quando perdemos e que nos avisam com tristeza que...GAME OVER. Por muito que continue a achar tudo isso, por muito que até continue a ter medo dela começo a preferir acreditar que não é um GAME OVER, mas um NEXT LEVEL.