Há pessoas que nos habituam a vê-las sempre felizes, radiantes e bem dispostas o que faz com que nos seja difícil aturar-lhes uma birra num dia não. Assim há cidades. Nunca me queixei da chuva e do céu cinzento de Londres, aliás, até estranho quando ele está azul. Nunca me queixei do bafo quente e húmido de Luanda, nem do frio de Paris ou do calor do Rio, mas Barcelona habituou-me mal. Barcelona habituou-me a céu azul de Verão e de Inverno. Habituou-me à claridade, à boa disposição e à festa. Habiuou-me a viagens de finalistas, a passeios de namorados, a férias com amigas, a Gaudi em todos os cantos, a cervejas deitados na relva, a jantaradas nas Ramblas, a ver o mar, lá longe, desde o Park Guell, a longas caminhadas pelas avenidas, a ruas movimentadas, a tapas em esplanadas.
Hoje, sozinha, encontrei uma cidade cinzenta tocada a vento e chuva. Encontrei as Ramblas mortiças, as lojas fechadas, as esplanadas vazias e uma Plaza de Catalunya "fechada" para obras. A cerveja gelada não apeteceu e a relva estava molhada. O mar não se via lá ao longe e nem pisei o "meu" Park.
Barcelona é como essas pessoas sempre bem dispostas, mas hoje está em dia não e a mim não me apetece aturar-lhe a birra.
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