Caro condutor da cidade de Lisboa,
Nós bem sabemos o quanto vocês homens vêem nos vossos carros uma extensão à vossa masculinidade. O quanto vocês acham, ou gostam de achar, que o vosso veículo deixa transparecer o macho alfa que habita em vós e que, caso isto fosse a savana africana, nós estaríamos receptivas ao acasalamento à vossa simples passagem. Só que não. Isso não acontece por isso, se conduzes um Fiat 500 cor de cocó e achas que de alguma forma isso deixa a tua virilidade encarquilhada ou mirrada como se tivesses acabado de tomar um banho muito gelado, comportares-te como um atrasado na iminência de seres ultrapassado por uma mulher com um carro melhor do que o teu, não faz aumentar a tua (claramente diminuta) masculinidade. Acredita que só faz de ti parvo ou vá, remete-te para a categoria de eunuco, para a classe daqueles macacos que são sodomizados pelo macaco alfa quando nenhuma fêmea está disponível.
Pronto, agora deixa lá, já passou. Vai lá trabalhar e não chores mais. Só te disse isto tudo porque sou uma porreira. Não precisas de agradecer.
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Carros, essa extensão da virilidade
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