quinta-feira, 2 de julho de 2015

Semelhanças entre crianças e criadas ou como isto agora é só estudos, teorias e cenas ao estilo Universidade Americana

Na verdade, começo a ponderar fazer um manual com boas práticas sobre "Como educar a sua criada". Se é pioneiro? Com as crianças não é certamente, mas nunca vi nenhum para criadas o que me parece ser uma grande lacuna e até, quem sabe, hoje há livros para tudo, um nicho de mercado. E de onde vem a ideia de fazer esta comparação? Da minha EXPERIÊNCIA, ora essa! Sou mãe de um filho educado, tive uma criada que habituei mal e deixei-a chegar ao ponto de, se de uma criança se tratasse, ser uma enfant terrible e estou no início da educação de uma outra criada com a qual me recuso a cometer os erros do passado.

REGRAS, MUITAS REGRAS
Está provado por outros estudos, evidentemente não tão bons quanto os meus, mas vá, que desde tenra idade as crianças precisam de regras e de um pulso firme. É desde cedo que que elas aprendem o que podem e não podem fazer e esses ensinamentos, além de se prolongarem para o resto da vida, vão evitar-nos muitas chatices no futuro. O mesmo se passa com as criadas. Há que deixar bem claro desde início quais as regras do jogo e manter desde cedo o pulso firme no cumprimentos dessas mesmas regras.

PRECEDENTES
Ora aqui está uma coisa da maior importância . Não se podem abrir precedentes. Com as crianças não se pode ter respostas diferentes à mesma situção sob pena de elas não ficarem esclarecidas sobre o que é aceitavél ou não. Se não se pode comer gomas antes do jantar à segunda-feira, também não se vai poder comer à quinta. Se hoje não chamarmos à atenção quando ela sai da mesa sem pedir licença, amanhã também não vamos poder dar um sermão por ter repetido a graçola. Com as criadas é o mesmo. Se as coisas não ficaram bem feitas num dia e nada se diz sobre o assunto, ela assume que está tudo muito bem. tudo muito certo e portanto, aquele passa a ser o comportamento que julgam ser aceitável...só que não.

RALHETES
Sabe-se que quando as crianças fazem asneiras, a chamada de atenção deve ser imediata e o castigo deve ser aplicado na hora para que seja eficaz e que, quando aplicado com atraso, elas já não sabem o porquê de estarem a ser castigadas. O mesmo se passa com as criadas. Quando não cumprem as regras do jogo definidas ao início, devem ser imediatamente chamadas à atenção. Ao esperem pelo próximo dia em que elas hão-de ir trabalhar vão deixar com que o acontecido caia no esquecimento e elas não vão perceber de onde vem o recado além do que, quando ele chegar, deixa de ser visto como uma falha delas, mas sim uma falha vossa. No limite é até visto como uma ofensa e tirania da vossa parte.

MAS AFINAL QUEM É QUE MANDA?
Este assunto é algo delicado, mas a verdade é que esta posição não só tem de existir, como estar perfeitamente clara.
As crianças têm que perceber o seu papel e acima de tudo têm de perceber que, apesar de poderem ter opinião, gostos ou preferências, a sua palavra não é soberana e que, em última instância, é o adulto que dita o veredito final.
Com as criadas, a definição dessa posição hierárquica é igualmente fundamental. Por muitos graus de liberdade que se lhes possa dar em algumas funções, por muito que possam escolher ou opinar sobre, por expemplo, o material que preferem utilizer ou até mesmo porque ponta da casa começam, a verdade é que no fim jamais poderão restar duvidas sobre quem é que manda.

ELAS TAMBÉM GOSTAM DE NOS TESTAR...E VÃO FAZÊ-LO
Tanto as crianças com as criadas vão testar os limites, ver até onde é que podem ir e até quando é que conseguem levar a melhor e a sua avante. É aqui que todas as regras anteriores devem ser simultaneamente aplicadas para que os limites não passem a ser os delas em vez dos nossos.
Caso os testes feitos sejam acompanhados por birras e amuos, é fazê-las repetir as coisas, sempre que necessário, mostrando que birras, ou caras feias não fazem com que certas tarefas deixem de existir ou deixem de ter de ser feitas, apenas lhes vão custar mais a fazer amuadas.

Nota: O factor idade e aprendizagem resultante têm, obviamente, influência nos comportamentos de ambas. As crianças vêm sem hábitos, sem vícios, sem conceitos anteriores, assim tipo um pedaço de barro que podemos moldar e transformar numa bela peça. As criadas não, pelo que pode ser mais difícil ensiná-las, mas não é impossível.

E então tópicos importantes como as recompensas (ou reforço positivo se preferirem), direitos das crianças/criadas e obrigações dos pais/patrões? Ora essa, eu bem sei que os há e que também são importantes,  mas se eu dissesse tudo aqui depois não tinha material para o tal manual que vocês, necessitadas que estão destes ensinamentos, hão-de ir a corer comprar.

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