sexta-feira, 4 de novembro de 2022
Qual é a linha que separa?
Mais cedo ou mais tarde, todos nós traçamos linhas que definem os nossos limites, que definem o que é ou não aceitável na nossa vida.
Por vezes traçamos essas linhas com giz e ao fim de uns tempos este vai ficando mais ténue e já ninguém sabe muito bem, nem mesmo nós, onde é que se pode ou não pisar.
Quando essa linha é traçada a tinta permanente, bem grossa, bem visível, até onde é que permitimos que alguém não só a pise como a transponha?
Podemos tentar definir isso com base na nossa inteligência, ingenuidade, por vezes fragilidades, falta de amor-próprio, medo e tantos outros fatores e variáveis aos quais se chama vida, mas há o dia.
Há o dia em que decidimos que aquela linha deixou de ser apenas um traço, sumido ou bem marcado no chão, o qual há quem prefira ignorar a sua existência. Há o dia em que fazemos daquela linha um muro de betão armado pelo qual ninguém nem nada pode passar.
Hoje não acordei com um pincel na mão. Acordei com uma betoneira a trabalhar a todo o vapor e, cheira-me, que vai haver quem perceba que há linhas que não podem ser passadas.
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