Ter coragem dói e na verdade não há assim nada de tão heróico nisso. Sofrer por sermos corajosos não nos torna heróis, mas sim mártires.
E tal como dói ter coragem, amar também dói. Neste momento acho até que me dói mais amar-me a mim do que aos outros. É este amor que tenho por mim, ou respeito, ou limites, ou o que quer que lhe queira neste momento chamar, que me magoa! É exactamente achar que eu estou acima de muita coisa, que eu mereço TUDO, ou que pelo menos mereço aquilo a que posso chamar meu, que me faz sentir esta dor, este aperto, este nó na garganta que até me impede de chorar!
E é por gostar que te mando embora. É por querer muito mais que agora não quero nada. É por não querer estar sem ti que te deixo ir, ainda que acalente a esperança que sejas tu que não aguentes e que queiras voltar.
E é um facto - eu quero que voltes! Quero que sem mim percas o norte, que sem mim não faça sentido. Quero que sem mim não valha a pena. Quero que vejas que as tuas razões são válidas, mas que não são suficientes. Quero que a distância te mostre aquilo que a proximidade não te deixa ver com a clareza necessária. Quero que sintas falta do meu cheiro, do meu riso, do meu toque, dos meus beijos. Sim, quero que sintas falta de tudo aquilo que dizes que te faz feliz e que sou eu que te dou. Quero que sintas falta daquilo que entre nós dizes ser fácil. Quero que sintas falta de mim, mas acima de tudo quero que sintas falta de nós!
Quero que não consigas cumprir a promessa que te obriguei a fazer. Aliás, quero que a quebres já hoje, mas não quero que a quebres só para me dizeres que me amas. Quero que a quebres para dizer que ficas...sempre, ou pelo menos até ambos querermos ficar.
E se tu não sentires falta de nada disso, se tu nunca quiseres dar um passo atrás, se o amor que dizes sentir não for suficiente para voltares, então é porque não tinha que ser e com isso também se aprende a viver.
Há quem diga que à terceira é de vez. A ver vamos se é ou não.
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