That's exactly what I do! It's a natural gift
Na verdade a culpa disto tudo é de umas collants! Sim, umas míseras collants que nem sequer sobreviveram para contar a história, as ordinárias.
Ora então, e para poupar tempo que a história é grande, e parva, e anormal, e do mais surreal que já se fez, vou fazer a coisa por tópicos:
- 6ª feira, hora de almoço: entro numa loja que não serve para outra coisa que não vender meias e peço collants. Pela resposta (não temos) e cara de espanto da senhora da loja, seria menos surpreendente se eu tivesse lá entrado, numa loja especializada em meias, a pedir gelados, agora collants em Outubro? Que disparate!
- 6ª feira, fim de tarde: saio do escritório e vou direita a outra loja especializada nisso das meias. Ainda penso em pedir couves, mas ao ver que havia collants, poupei a moça às minhas piadolas. Saio de lá com um par que era tudo o que o meu vestido estava a pedir (sim, o vestido que me faria aliviar a neura, exorcizar os meus fantasmas e sentir-me a moça mais gira de Lisboa e arredores) e com outro que promete deixar-me com o rabo perfeito, sem barriga e 15 cm mais alta, só assim para verem o abuso de collants que são (e para justificarem o que gastei nelas). Entro no carro, meto música, marcha a trás e, como alguém me escreveu, BADUUUUM. Não, isto não foi o som que fiz ao fazer-me à estrada a caminho de casa, mas sim o som que fiz ao bater na traseira do carro que estava estacionado ao meu lado. Pedidos de desculpas feitos, declarações amigáveis assinadas, vou para casa pôr-me gira. Afinal é 6ª feira, tenho um jantar da empresa e um vestido girissiímo com uns collants fantásticos para usar.
- 6ª feira, depois do jantar durante os copos e cigarros no Bairro Alto: a J.A, trapalhona que só ela, queima-me as meias e faz-me uma bolha na perna. Porra! Bato com o carro para ir comprar collants e as ordinárias duram um par de horas. Bom, ainda assim, é 6ª feira, tenho um gin tónico na mão e começo a rezar para que não me queimem o vestido. A noite continua!
- Sábado de manhã cedo, camisa de dormir e remela nos olhos, tocam à porta. Quem é? Quem é? Não percebo...ah é o Boda (assim já sei quem é) e pronto, há uma amiga que resolve acordar-nos com um pequeno almoço e uma rosa, só porque sim, só porque acha que precisamos de um miminho. Chora, abraça, és uma querida, gostei tanto, estava mesmo a precisar, come, bebe café...tento animar o dia com música, porque isto da música anima sempre e afinal, música e amigos logo pela manhã é o que se quer. Escolhes uma música que no dia anterior tinha sido o teu Friday feeling no FB e desatas aos pulos, descalça e de camisa de dormir sendo um crack a única coisa que te consegue parar.
- Sábado à tarde: passas a tarde no hospital da Luz a brincar com uma cadeira de rodas, na esperança que este azar ao menos te faça ficar uma expert em manobras radicais e te valha um boom de popularidade e dinheiro com os vídeos que vais publicar no youtube.
- Sais de lá com um pé partido, com uma meia branca (a verdadeira pé de gesso) e ainda te esqueces lá da sandália que levavas e que substituiste por modelito que bem podia ser umas UGG PEEP TOE.
Resultado final:
Se tudo correr bem fico 2 semanas com gesso, 3 semanas sem conduzir, com frio nos dedos do pé esquerdo, com calos nas mãos de andar de muletas (mas com uns bicepes trabalhados) e com a vida toda virada do avesso.
Não sei se para além de mim e da minha estupidez há mais alguém a quem tenha de agradecer. Se houver avisem, boa?
Podía falar aqui das prioridades duma pessoa quando parte um pé, mas isso fica para outras núpcias...
Fiona mode: ON!
Pior seria se fosses uma senhora com os pés feios. Claramente não és. Respect.
ResponderEliminarPS: 2 e 3 semanas? Isso foi um pé constipado.
Oh, a ponta dos dedos com unhas vermelhas engana :p
EliminarAs 2, 3 semanas fui eu que não percebi bem o que o médico me disse, mas ainda assim foi bastante rápida :)