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quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Grupos de mãe...e pais, só assim pela igualdade!

11 anos e 362 dias foi o tempo em que, depois de me ter tornado mãe, escapei de pertencer a grupos de whatsapp criados para o efeito.
Podia gabar-me desse feito até ontem. Podia, digo em. Já não posso.
Ah, mas aos 12 anos essa criança é já um pré-adolescente e até é bom os pais terem os contactos todos dos pais dos amigos. Assim vão controlando mais facilmente onde, com quem e o quê que eles combinam - dizem vocês. Pois que não - digo eu. O grupo não é para a minha cria mais velha, mas sim para a minha cria mais nova que tem, espantem-se 2, DOIS, DO-IS anos. Isso mesmo.
Ao que parece, nós progenitores, não temos apenas de substituir a sua ainda parca autonomia para comer, vestir, deitar, trocar fraldas e demais afazeres básicos. Não. Temos também de substituir as nossas pequenas crianças nas redes sociais onde elas um dia hão-de comunicar. Assim vamos já adiantando serviço e vamos convivendo nós por elas. Não é bonito? É pois!
E espantam-se, nesse grupo, tal como na creche, ou mesmo na maternidade, a partir do momento em que expulsámos cá para fora esses pequenos seres, também não temos nome. O que é lá isso agora de termos nome próprio? Somos a mãe do fulano e do beltrano.
E se antes estes grupos eram quase exclusivos das mães, agora também lá há pais. Acho bem, que isto da igualdade é para tudo e para todos e o direito a esta rambóia virtual não podia ser exclusiva do cromossoma X.
Acontece que, pelo que ouvi dizer, estes grupos andávam muito à volta da festinha de anos dos cachopos, das decorações de natal do colégio, da festa de fim de ano e, acima de tudo, eram também uma espécie de montra onde as mães, seres cheios de orgulho nas suas pequenas criaturas, exibiam os seus feitos, proezas e conquistas, tal como antes se fazia à porta da escola, mas agora com fotos, para não deixar nada à imaginação dos outros, muito menos dúvidas sobre a veracidades dos factos. Ora bem, já se sabe, sem querer ser machista ou qualquer coisa menos simpática que me queiram apelidar, que os pais são menos dados a essas conversas e exibicionismos, pelo que me questiono qual será a sua participação nestas conversas. 
Podia pôr-me aqui a alvitrar sobre as possibilidades, mas prefiro remeter-me ao silêncio por uns tempos, observar e depois dizer de minha justiça. Nos entretantos acho que vou adicionar o macho-alfa ao grupo que isto de ter filhos e como no casamento: na alegria e na tristeza!

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Hormonas - podem não ser as culpadas, mas hoje servem como desculpa


Estou farta de gente. Talvez não seja de toda a gente, mas sim de gentinha. Na verdade, bem vistas as coisas, gentinha é o que mais abunda por aí, por isso, talvez possa até generalizar.

Estou farta de ver, ler e ouvir falar em styling, em top, em must have, em lifestyle, em finger food, em vintage, em trendy e em fashion. Não quero saber de festivais do cagalhão que ninguém sabia sequer que existiam antes nem de cerimónias dos Óscares no El Corte Inglês. Caguei nas marquinhas inventadinhas por mãezinhas desocupadinhas que resolveram fazer todas vendinhas em mercadinhos. Não quero conselhos sobre a minha gravidez nem para o que vem a seguir. Não quero dicas top para chuchas, fraldas, epidurais ou cotonetes, sumos detox ou healthy food.

Estou enjoada de pessoas que apregoam a simplicidade, que se dizem muito relaxadas (na verdade elas dizem cool e easy going. Relaxada digo eu que não tenho paciência para essas merdas), mas que depois vai-se a ver e é tudo uma valente treta. Na verdade são mais stressadinhas que uma histérica no pico da ovulação.

Metam naquele sítio onde o sol não brilha todas as fotos tiradas sem maquilhagem, assim a título de acto de grande bravura, como se aparecer de tromba lavada fosse o feito mais heroico que já se viu.

Não preciso de dicas de beleza, de prendas de Natal nem tampouco para o dia da mãe. Ainda sei educar um filho e apimentar a minha relação por isso, poupem também o vosso latim nesses assuntos.

Lixem-se também os ambientalistas, os vegetarianos e os vegans que acham que vão salvar o mundo por não comer vaca ou galinha, mas que adoram ir ao supermercado na sua viatura movida a combustíveis fósseis, comprar o sumo de tomate biológico que vem numa garrafa de plástico, o qual aproveitam para tirar uma selfie com o seu telemóvel com bateria de lítio, a dizer #eatclean #peace&lovelife #osbichossãocomonós. Era encher-lhes a cara de bofetadas de cada vez que escrevem namasté numa foto tirada durante o seu retiro espiritual na India, com uma criancinha ranhosa e emporcalhada que, só por acaso, trabalha numa fábrica da Primark onde se vende roupa de fibras sintéticas e por isso nature frindly.

 Ufa! E agora que já desabafei um pouco, que já aliviei um bocado os tormentos que me assolam o espírito, vou só ali respirar fundo e já volto.