domingo, 30 de outubro de 2022

Às vezes basta um papel no elevador

Vivemos sempre em correria, fechados cada um na sua casa, muitas vezes sem conhecer quem mora ao lado.
A pandemia ainda fechou mais as pessoas e no centro das cidades, somos quase sempre estranhos que partilhamos apenas garagens e elevadores.
Este ano não há festa de Halloween no colégio da Gordinha. Ali só se festeja os pão por Deus. Por muito bonito e importante que seja, a verdade é que temos crianças "americanizadas" que, como todas as crianças, gostam de festa e a minha, como não ia ter, estava triste. 
Vai daí que imprimi 2 imagens de abóboras assustadoras e convidei o prédio para alinhar num trick or treat. 
Acho que ninguém sabia que havia tantas crianças a viver no mesmo sítio. Fizeram-se amizades, trocaram-se doces, ficou-se a saber o nome dos vizinhos e já se fala em festa de natal.
Agora é andarem de casa em casa, a brincar, a fazer festas do pijama, noites de pizza e lanches com panquecas.
Às vezes basta só um papel colado com fita cola no elevador... 

Casamentos

Ontem fui ao 4° - e suponho que o último - casamento do ano.
Apesar de estar num momento que é a sua antítese, pouca coisa me deixa mais emocionada do que ver 2 pessoas a assumirem perante todos a intenção que ambos têm de juntos construírem o futuro, uma família.
Nunca fui uma pessoa muito dada à religião, apesar da educação católica que tive. Sempre fui ali algo entre o pragmática e o descrente, para grande tristeza da minha mãe. 
Num ano em que a Igreja envergonha mais uma vez z o mundo, tenho de confessar que nunca senti uma leveza como a que senti em Fátima no início do ano, nunca vi a minha filha tão feliz como agora, num colégio católico e não esperava que ontem na igreja tivesse tantas respostas às perguntas que me inundam a cabeça. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Eu gosto do Outuno e do Inverno, mas...

...porque raio tem de mudar a hora? Não podíamos ficar só com o laranja das árvores, com os montes de folhas no chão? Ficávamos com o cheiro a castanhas assadas pela rua, com os preparativos para o Natal, com os brilhos da decorações, com a manta e com os filmes no sofá acompanhados ora por um copo de tinto, ora por um chá bem quente. Ficávamos com as manhãs de chuva na cama, com os almoços de feijoada e cozido à portuguesa, com os dias frios de ceu azul, com a neve e o ski e pronto. Agora porquê que temos de levar com a escuridão? Aquela depressão de acordar para ir trabalhar para chegar a cama já com ar de quem podia ir direto para a cama. Não gosto da hora de Inverno. Na verdade odeio! Hoje, antes que o relógio me pregue uma partida e me faça querer vestir o pijama às 18h, larguei o trabalho mais cedo, peguei nos miúdos e fugimos para o parque. Deu para andar de bicicleta, de baloiço, no escorrega, correr, brincar... Fiquei com aquele aperto de quem está a fazer algo que só vai acontecer outra vez daqui a muitos meses, mesmo gostando tanto do Outono e do Inverno. Só peço luz. Venha o frio, a chuva, o vento e até dias cinzentos, mas não me dêm escuridão.

Reality Check

Super poderes, só pode

Confesso que por mais contas que faça, por mais voltas que dê, não consigo perceber como é que é possível concentrar tantas tarefas, tantas funções e tantos "eu's" num só dia. A ciência já sabe muito coisa, mas isto do que é ser-se verdadeiramente mulher, ainda vive na obscuridade.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Estatísticas

Todos sabemos que a estatística é uma ciência meio obscura que consegue mostrar os resultados que nós queremos ver.
Fórmula para a frente, média para trás, mediana ao quadrado, noves fora nada e pronto, eis o resultado que alguém quer ver.
No entanto, dizem as estatísticas, 70% dos casamentos terminam em divórcio.
Ora bem, façamos assim umas contas à laia de merceeiro, mas que para o efeito servem:
1. Tem havido casamentos em barda, quer seja antes ou depois da pandemia
2. A malta tende a casar lá pelos 30. Alguns mais afoitos (mas que são uma minoria) ainda na casa dos 20
3. Vamos ser simpáticos e vamos dar uns 5 anos até o casório acabar no tribunal com a malta à bulha pelas partilhas, pensões de alimentos e outros quejandos 

Posto isto a minha pergunta é simples: onde é que andam esses homens divorciados lá pela casa dos 40?

Parecendo que não, isto é coisa que me encanita e deixa-me curiosa. Vá, na verdade é para dizer a uma amiga... 

Não quero acreditar que fritaram todos a pipoca com o matrimónio, que só sobram os de qualidade duvidosa e que se concentram todos no Tinder ou sites do género.
Se alguém souber a resposta para este mistério é favor partilhar. A minha amiga agradece. 

sábado, 22 de outubro de 2022

Anita, vamos lá ver se nos entendemos

Foca-te no que é importante e, neste momento, o mais importante és tu.
Olha à tua volta. Vês? Isso foste tu que construiste e fizeste-o com a determinação, com o empenho, com o amor e dedicação que só os grandes têm.
Dizem que os homens não se medem aos palmos, mas as mulheres também não e tu, apesar dos teus 160cm, és enorme. Pois sim, já sei que às vezes andas aí aos tombos, na verdade é mesmo aos trambolhões, mas não me interrompas. É que nisso de andares aos trambolhões não é nada de original. Acontece a todos. A questão é que tu levantas-te e, podes não acreditar, mas levantas-te sempre um pouco mais forte.
"Ai, mas quando é que as coisas passam?" 
Já não te posso ouvir fazer essa pergunta. A que devias fazer e não fazes é "quando é que eu vou parar de pensar nos outros e pensar realmente em mim?". Aí sim eras uma menina bonita. Se em vez de perguntar fizesses, então ias ver que afinal era só mesmo isso que precisavas de fazer para as coisas andarem para a frente.
Não te contentes com pouco por achares que podes nunca vir a ter muito. Mentira. Basta estarmos prontos para receber que as coisas aparecem. Prepara-te! 
Deixa de fazer dos outros o teu grande projecto. O maior projecto de todos és tu. 
Às vezes tenho de te vir lembrar destas coisas, por vezes à bruta, bem sei. Todos têm dificuldade, uns mais do que outros, em ouvir a voz da consciência, mas a verdade é que a resposta para quase todas as perguntas estão lá, se as quiseres ouvir.
Agora que já paraste, respira. Não, não é esse arfar. Respira fundo. Isso...
Não percas o norte com que tantas vezes já te alinhaste e nunca deixes de acreditar. Não hipoteques os teus sonhos nem te prendas a nada nem ninguém que não os partilhe contigo.
Usa essa tua luz que sempre atraiu as pessoas e que sempre te tornou especial para ver o que a vida te traz, mas por favor, vê se me vais dando ouvidos para não dar asneira. Por muito que te irrite admitir eu sei tudo. Quase tudo, vá.
Agora vai. Levanta essa cabeça, empina esse nariz, limpa essas lágrimas que só te trazem papos nos olhos e pés de galinha, sacode o cabelo e põe-te a caminho. Não. Não me perguntes para onde. Tu sabes bem a direcção.
Depois passo por aqui para ver se me deste ouvidos ou se vou ter de te dar um puxão de orelhas em vez destas conversas em que te sento ao meu colinho. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Algorítmos

São uma valente treta! Já todos sabemos que somos, consentidamente, espiados pelos nossos telefones e por isso, após falarmos que bom, bom era ir à neve, começamos a receber anúncios sobre pacotes de férias em Zermatt, Val d'Isere ou mesmo Sierra Nevada. O meu telemóvel já percebeu que hoje estou na merda. Vai daí, toca de me sugerir frases de auto-ajuda tão merdosas como o meu atual estado de espírito, mas mandar a chave do euromilhões que é bom (além que de que permitia não só sair da merda como aceitar as propostas de férias acima descritas) nada! Ainda há muito, mas mesmo muito a evoluir nisto dos algorítmos acertarem em cheio naquilo que uma pessoa precisa.

Quem sabe se lá no fundo não uma uma espécie de Saramago

Claramente tenho um problema com pontuação e cheira-me que é coisa para, se não se tiver tornado já numa doença crónica, seja uma problema numa fase já bastante grave. Não entendo esta minha mania de colocar virgulas, pontos de interrogação, reticências e até pontos de exclamação com frequência, mas ter uma tremenda relutância com pontos finais. Ainda não sei se vou levar, tal como o Saramago, um prémio Nobel, ou se preciso de voltar à primária para aprender as bases e a partir daí começar a escrver como deve ser.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Se calhar é melhor ficar calada...

Ia agora queixar-me do trabalho. Maldizer esta vida em que uma pessoa tem de levantar o corpo da cama ainda de noite a fim de ter um ar minimamente decente - e olhem que cada vez mais ando a baixar os meus minímos - para ir trabalhar, para deixar miúdos nas respetivas escolas, para inscrever a mais nova no ballet, para fazer a recolha das crias e ainda ir a uma reunião de pais do mais velho para, depois disto tudo, inventar uma treta mal enjorcada para jantar (sim, já sei que há que planear as refeições da semana, não batam mais), entre outras coisas que tais, mas...depois leio que um ex-polícia mata mais de 20 crianças numa creche. De repente todos os meus motivos de queixa desapareceram e a única coisa sobre a qual me apetece queixar é o quão podre e louco está este mundo.

Programa da Manhã

Kika: Vou contar-vos uma coisa... A Ana Sofia e o Henrique deram um beijo na boca sem ninguém ver! Eu: A sério? Não acho isso nada boa ideia. Podiam só dar as mãos. E tu Kika, já tens namorado? Kika: SIm, tenho. Calvin: É da tua sala? Kika: Não. É de outra escola Eu: De outra escola?! Então como é que o vês? (já ali entre a curiosodade e o pânico) Kika: Não o vejo. Ele é invisível. Só o oiço e sinto o seu cheiro Calvin: Se ele é invisível, se não o ouves e só lhe sentes o cheiro, então isso não é um namorado - é um pum! E é este o meu mundo no trânsito entre escolas e colégios. Um primor.