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quinta-feira, 6 de julho de 2023

Um minuto de silêncio...

...por todas as pessoas que se julgam muito eruditas, que criticam o português de outros usando expressões como "macarrónico", mas que depois usam e abusam da expressão "despoletar" com o intuito de dizer iniciar ou desencadear qualquer coisa.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Hormonas - podem não ser as culpadas, mas hoje servem como desculpa


Estou farta de gente. Talvez não seja de toda a gente, mas sim de gentinha. Na verdade, bem vistas as coisas, gentinha é o que mais abunda por aí, por isso, talvez possa até generalizar.

Estou farta de ver, ler e ouvir falar em styling, em top, em must have, em lifestyle, em finger food, em vintage, em trendy e em fashion. Não quero saber de festivais do cagalhão que ninguém sabia sequer que existiam antes nem de cerimónias dos Óscares no El Corte Inglês. Caguei nas marquinhas inventadinhas por mãezinhas desocupadinhas que resolveram fazer todas vendinhas em mercadinhos. Não quero conselhos sobre a minha gravidez nem para o que vem a seguir. Não quero dicas top para chuchas, fraldas, epidurais ou cotonetes, sumos detox ou healthy food.

Estou enjoada de pessoas que apregoam a simplicidade, que se dizem muito relaxadas (na verdade elas dizem cool e easy going. Relaxada digo eu que não tenho paciência para essas merdas), mas que depois vai-se a ver e é tudo uma valente treta. Na verdade são mais stressadinhas que uma histérica no pico da ovulação.

Metam naquele sítio onde o sol não brilha todas as fotos tiradas sem maquilhagem, assim a título de acto de grande bravura, como se aparecer de tromba lavada fosse o feito mais heroico que já se viu.

Não preciso de dicas de beleza, de prendas de Natal nem tampouco para o dia da mãe. Ainda sei educar um filho e apimentar a minha relação por isso, poupem também o vosso latim nesses assuntos.

Lixem-se também os ambientalistas, os vegetarianos e os vegans que acham que vão salvar o mundo por não comer vaca ou galinha, mas que adoram ir ao supermercado na sua viatura movida a combustíveis fósseis, comprar o sumo de tomate biológico que vem numa garrafa de plástico, o qual aproveitam para tirar uma selfie com o seu telemóvel com bateria de lítio, a dizer #eatclean #peace&lovelife #osbichossãocomonós. Era encher-lhes a cara de bofetadas de cada vez que escrevem namasté numa foto tirada durante o seu retiro espiritual na India, com uma criancinha ranhosa e emporcalhada que, só por acaso, trabalha numa fábrica da Primark onde se vende roupa de fibras sintéticas e por isso nature frindly.

 Ufa! E agora que já desabafei um pouco, que já aliviei um bocado os tormentos que me assolam o espírito, vou só ali respirar fundo e já volto.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Semelhanças entre crianças e criadas ou como isto agora é só estudos, teorias e cenas ao estilo Universidade Americana

Na verdade, começo a ponderar fazer um manual com boas práticas sobre "Como educar a sua criada". Se é pioneiro? Com as crianças não é certamente, mas nunca vi nenhum para criadas o que me parece ser uma grande lacuna e até, quem sabe, hoje há livros para tudo, um nicho de mercado. E de onde vem a ideia de fazer esta comparação? Da minha EXPERIÊNCIA, ora essa! Sou mãe de um filho educado, tive uma criada que habituei mal e deixei-a chegar ao ponto de, se de uma criança se tratasse, ser uma enfant terrible e estou no início da educação de uma outra criada com a qual me recuso a cometer os erros do passado.

REGRAS, MUITAS REGRAS
Está provado por outros estudos, evidentemente não tão bons quanto os meus, mas vá, que desde tenra idade as crianças precisam de regras e de um pulso firme. É desde cedo que que elas aprendem o que podem e não podem fazer e esses ensinamentos, além de se prolongarem para o resto da vida, vão evitar-nos muitas chatices no futuro. O mesmo se passa com as criadas. Há que deixar bem claro desde início quais as regras do jogo e manter desde cedo o pulso firme no cumprimentos dessas mesmas regras.

PRECEDENTES
Ora aqui está uma coisa da maior importância . Não se podem abrir precedentes. Com as crianças não se pode ter respostas diferentes à mesma situção sob pena de elas não ficarem esclarecidas sobre o que é aceitavél ou não. Se não se pode comer gomas antes do jantar à segunda-feira, também não se vai poder comer à quinta. Se hoje não chamarmos à atenção quando ela sai da mesa sem pedir licença, amanhã também não vamos poder dar um sermão por ter repetido a graçola. Com as criadas é o mesmo. Se as coisas não ficaram bem feitas num dia e nada se diz sobre o assunto, ela assume que está tudo muito bem. tudo muito certo e portanto, aquele passa a ser o comportamento que julgam ser aceitável...só que não.

RALHETES
Sabe-se que quando as crianças fazem asneiras, a chamada de atenção deve ser imediata e o castigo deve ser aplicado na hora para que seja eficaz e que, quando aplicado com atraso, elas já não sabem o porquê de estarem a ser castigadas. O mesmo se passa com as criadas. Quando não cumprem as regras do jogo definidas ao início, devem ser imediatamente chamadas à atenção. Ao esperem pelo próximo dia em que elas hão-de ir trabalhar vão deixar com que o acontecido caia no esquecimento e elas não vão perceber de onde vem o recado além do que, quando ele chegar, deixa de ser visto como uma falha delas, mas sim uma falha vossa. No limite é até visto como uma ofensa e tirania da vossa parte.

MAS AFINAL QUEM É QUE MANDA?
Este assunto é algo delicado, mas a verdade é que esta posição não só tem de existir, como estar perfeitamente clara.
As crianças têm que perceber o seu papel e acima de tudo têm de perceber que, apesar de poderem ter opinião, gostos ou preferências, a sua palavra não é soberana e que, em última instância, é o adulto que dita o veredito final.
Com as criadas, a definição dessa posição hierárquica é igualmente fundamental. Por muitos graus de liberdade que se lhes possa dar em algumas funções, por muito que possam escolher ou opinar sobre, por expemplo, o material que preferem utilizer ou até mesmo porque ponta da casa começam, a verdade é que no fim jamais poderão restar duvidas sobre quem é que manda.

ELAS TAMBÉM GOSTAM DE NOS TESTAR...E VÃO FAZÊ-LO
Tanto as crianças com as criadas vão testar os limites, ver até onde é que podem ir e até quando é que conseguem levar a melhor e a sua avante. É aqui que todas as regras anteriores devem ser simultaneamente aplicadas para que os limites não passem a ser os delas em vez dos nossos.
Caso os testes feitos sejam acompanhados por birras e amuos, é fazê-las repetir as coisas, sempre que necessário, mostrando que birras, ou caras feias não fazem com que certas tarefas deixem de existir ou deixem de ter de ser feitas, apenas lhes vão custar mais a fazer amuadas.

Nota: O factor idade e aprendizagem resultante têm, obviamente, influência nos comportamentos de ambas. As crianças vêm sem hábitos, sem vícios, sem conceitos anteriores, assim tipo um pedaço de barro que podemos moldar e transformar numa bela peça. As criadas não, pelo que pode ser mais difícil ensiná-las, mas não é impossível.

E então tópicos importantes como as recompensas (ou reforço positivo se preferirem), direitos das crianças/criadas e obrigações dos pais/patrões? Ora essa, eu bem sei que os há e que também são importantes,  mas se eu dissesse tudo aqui depois não tinha material para o tal manual que vocês, necessitadas que estão destes ensinamentos, hão-de ir a corer comprar.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

E no último dia de formação, a poucas horas de voar de volta a casa, o que aprendi?

Que eu trabalho para viver e jamais viverei para trabalhar.
Opções. Cada um com as suas.
Tal como uma vez me disseram:
"Smillie, this is just a job, not your life".

terça-feira, 21 de maio de 2013

A minha cabeça é habitada por seres e entidades estranhas

Dois deles (sim, há muitos mais, mas eles acabam por conviver uns com os outros em alguma harmonia) têm comportamento pavlovianos.
Não, hoje não é o dia em que oiço campainhas e eles começam imediatamente a salivar, mas sim o dia em que, de cada vez que penso "caga e tem juízo", eles dão sempre a mesma resposta.
Ela, como "gaja" que é, só podia ter esta atitude


...já ele, é claramente "gajo", para além de inconveniente, só diz merda! (mas é capaz de ter alguma razão)


Eu bem digo que difícil, difícil é andar na luta com o inimigo em cima dos ombros!

terça-feira, 5 de março de 2013

Eu devo ter visto um filme sobre o turismo em Portugal que não deve ser o mesmo que andam para aí a falar

É que é com muita indignação, desprimor, raiva, até mesmo muito algum ressabiamento, que vejo criticar o dito.
Eu, que às vezes distraio-me e acabo por ver coisas que mas ninguém vê, fui novamente à caça do filme, não fosse dar-se o caso de eu ter visto uma outra versão qualquer adulterada, mais cor de rosinha, polida e não a que tantos falam. E vi. Voltei a ver. Vi mais uma vez com muita atenção e com o som bem alto para ter a certeza que nada me escapava. Eis então que me sinto perdida, até mesmo defraudada. É que na versão que eu vi não encontrei nenhuma Ana rameira disposta a mostrar tudo e mais um par de botas a quem quer que fosse. Não vi nenhuma sopeira com buço, lenço na cabeça a servir as pessoas retirando-se de seguida a andar para trás, sem voltar as costas e a fazer vénias a quem fica. Não vi o tal senhor António lacaio a limpar casas de banho, nem tão pouco o Chef Avillez a servir às mesas e a anotar pedidos de fish & chips num bloco com nódoas de gordura.
Juro que procurei, procurei e não vi nada daquilo que o Pedro Bidarra viu aqui, levando-o a escrever ISTO!

A Ana que eu vi no filme foi uma Ana bem disposta, uma Ana jovem que, com gosto, mostrou, não alguma coisa da qual se deva envergonhar, mas um bocado da cidade dela a quem a quis conhecer. Eu já fui essa Ana e, felizmente, já tive quem fizesse o mesmo papel para mim, sem que para isso tivéssemos de dar mais do que umas boas gargalhadas e fazer mais do que novos amigos pelo mundo. O Chef Avillez não me pareceu um empregado de mesa, mas sim um Chef gentil o  suficiente para dar a conhecer a cara que está por trás de um prato elaborado, um Chef  capaz de dar um sorriso a quem lhe enche a casa sem que por isso lhe caíssem os parentes na lama. Gosto dessa proximidade, atenção e atendimento personalizados nos sítios que elejo como "os meus sítios", factores esses que fizeram com que fossem eleitos como tal. Não é, seguramente, pela cagança ou arrogância com que me atendem, que me fazem voltar. Para mim só vi a diferença entre um pato bravo proprietário de um restaurante da moda e um restaurante onde simpatia, bom gosto e simplicidade não significa simplório.
Não vi um senhor António de joelhos a esfregar os cantos da sanita para que alguém cague nela a seguir, de preferência enquanto ela ainda a limpa de gatas. Vi antes alguém preocupado para que o serviço que presta seja bom, agradável e com pormenores que lhe atestem a qualidade e fazem a diferença entre um hotel onde somos bem recebidos e um Ibis de aeroporto.

Aquilo que eu vi foi um turismo feito de gente, de pessoas, de simpatia, de abertura, de boas-vindas. Vi aquilo que eu espero que me aconteça de cada vez que eu  viajo e o mesmo que eu tento fazer sempre que conheço alguém de fora que por aqui anda perdido. Vi aquilo que, esteja eu no meu país, na minha cidade ou noutro qualquer sítio do mundo, me faz querer voltar, seja a um hotel de 5 estrelas ou uma pensão, a um restaurante da moda ou uma tasca.
Porque para mim são os sorrisos que encontro, o serviço que me prestam, as pessoas que conheço, que me fazem gostar tanto de viajar. O que de melhor trago de cada vez que viajo não vem nos roteiros turísticos nem se vê nos passeios de autocarros que percorrem os pontos de interesse em meia dúzia de horas, não está no sorriso amarelo do recepcionista do hotel, nem nos maus modos do empregado do café que me atira com o pacote de açúcar para cima da mesa, não está no restaurante pretensioso onde se podem encontrar manjares do mais sofisticado que já se viu, mas onde o atendimento é tão ou mais pretensioso quanto o restaurante pretende ser.

A menos que a nossa noção de turismo de qualidade seja ao estilo cadeia Iberostar na Republica Dominicana ou um hotel de 30 andares plantado numa praia de Benidorm, não vejo nada de humilhante no tal vídeo.
Parece-me a mim, pessoa que gosta de viajar, que já passou por alguns países, do 1º ao 3º mundo, de hotéis de 5 estrelas a holtals, que já teve locais como guias turisticos, que já se apaixonou além fronteiras, que já fez de guia turistica no seu país e no país dos outros, que um atendimento personalizado, que um serviço prestado com gosto, qualidade e simplicidade, que a arte do bem receber, que o prazer de mostrar aos demais o que de melhor há por esse mundo fora, não é significado de subserviência nem tão pouco que o luxo e a qualidade caminham ao lado da arrogância, do snobismo e da cagança, mas isso sou eu, que não ando a apregoar em defesa do café do bairro e da padaria de balcão de pedra, em detrimento das cadeias cagonas e pretensiosas onde o serviço é impessoal e tão menos amistoso.

Afinal não percebo se o que é nacional é bom ou não.
Enfim, é que para além de distraída, às vezes baralho-me.