quarta-feira, 30 de maio de 2012

E quem fala assim...

Eu: Ena, ena, de camisa branca, todo giro! Muito bem. Não me digas que arranjaste gaja?
Ele: Não. Eu não tenho problemas em arranjar gajas...tenho é problemas em mantê-las.

Posto isto, e perante a simplicidade da coisa, perante tal conhecimento de si próprio e tendo em conta que apenas tentei mandar um piropo, vá, um elogio, concluo que as pausas para o cigarro realmente matam-me!

terça-feira, 29 de maio de 2012

Do pudor...ou da falta dele


Isto de se trabalhar em open space faz com que não tenhamos outra hipótese a não ser perder o pudor [ou o pouco que resta dele, em alguns casos].
No meu caso, e mesmo tentado ser discreta, acho que acabo por ir mantendo os meus colegas informados dos meus hábitos depilatórios.
Volta e meia não vira é ver-me a sussurrar ao telefone a tentar marcar a sessão de tortura.
E se há dias, como hoje, que a coisa até corre bem e não deixa ninguém envergonhado [afinal que mal tem dizer perna inteira?], outros há em que a coisa fica assim a atirar para o bizarra. Se a palavra virilha já pode atrair as atenções, imaginem o caos se rematarmos com um completa!

Acho que ainda me resta algum do pudor que me foi gentilmente cedido à nascença pois nesses dias agarro no tlm e vou fazer as marcações para a rua.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Today's Mood #31


E em dias como os de hoje, em que tudo parece correr pior que mal, em que a motivação e o empenho é coisa que não me assiste, em que fico pasmada, qual boi a olhar para um palácio, a contemplar tudo o que tenho para fazer, que só me apetece puxar a toalha da mesa e mandar tudo pelos ares!
Raios partam o meu mau humor, a tua bipolaridade, a porra da chafarica, tudo aquilo que não quero perceber e mais tudo aquilo que não me apetece fazer!

...ou isso é o facto de ter adormecido e não ter tido tempo de lavar o cabelo, o que para quem me conhece sabe que é sinónimo de estar todo o dia com comichões, maus estares e com aquela sensação filha da puta mãe de estar para lá de sebosa, que me arruinou o mood do dia.

...ou o facto de todos dizerem que estou mais magra, da roupa estar toda mais larga, dos botões da minha camisa já não estarem em esforço e a pontos de rebentarem, mas no reflexo do vidro parecer na mesma a bailarina da coxa grossa.

...ou se calhar (arre porra que isto se calhar já são "se calhares" a mais) é só mesmo o meu mau feitio a manifestar-se num dia de sol em que, enquanto eu estou fechada num escritório cujo ar condicionado me deixa com tosse de cão, haver gente refastelada e esparramada na praia!

Cá se fazem, cá se pagam

Em criança sempre fui pirosa. Não que tenha mudado assim muito em adulta, mas pelo menos fiquei-me apenas pelas cores e mais cores e deixei os brilhantes na infância.
Não sei se seria mais pirosa do que qualquer outra miúda que tivesse a Barbie como modelo a seguir, mas sem dúvida que a piroseira era algo que me caracterizava.
Diz a mãe querida que não havia montra onde se avistasse roupa espampanante, sapatos do mais festivo que já se viu, que eu não parasse e não ficasse assim algures entre o sonhar e o babar, encostada ao vidro [há que relembrar que isto se passava nos 80's, essa grande década da moda].
E foi com estes padrões de moda e beleza que um certo dia, estava eu numa sapataria com a mãe querida a comprar sabrinas, que vi umas douradas! Umas sabrinas douradas? Haverá coisa mais Barbie, mais princesa, mais...pirosa do que isso? Natural e evidentemente que depois de ter visto aquelas não haveria maneira de me enfiarem umas azuis escuras no meu delicado pézinho.
A minha mãe, na qualidade de pessoa esclarecida e com relativo bom gosto, tentou que tentou tirar-me a ideias da cabeça [e as ditas dos pés]. Não sendo possível levar-me pelo bom senso, atirou o argumento "oh filha, essas sabrinas nem sequer há para o teu número..." ao que a senhora da loja, não sei se por desespero para vender se por estar a gozar o prato responde "é claro que há!".
Posto isto, não havia maneira, desculpa ou motivo para que eu não saísse de lá com os pés a brilhar e assim foi.
Agora consigo imaginar a vergonha que a minha mãe deve ter sentido ao passear-se com uma catraia que envergava orgulhosamente umas sabrinas douradas.
Se até agora o Calvin foi um miúdo com bom gosto, um miúdo que sempre partilhou dos meus gostos no que a sapatos diz respeito [e não, nunca lhe tentei enfiar umas sabrinas douradas nos pés], eis que tem um ataque de piroseira e numa tarde de compras com o pai [o que também pode explicar muita coisa], me chega a casa com uns ténis...digamos que do mais piroso que alguém teve a infeliz ideia de inventar!
O que ao início me pareciam uns Reebok clássicos, brancos, lisos, mal ele pôs um pézinho no chão transformaram-se nuns Reebok do demo que se iluminam de cada vez que ele anda!!!
Ninguém merece! Juro que ainda tentei descobrir se eles tinham pilhas [já me estava a ver a desmontar palmilhas numa de sacar as desgraçadas], ainda tentei dizer que eram um bocado bimbos, mas perante a felicidade do Calvin por ter uns ténis com luzes, que segundo ele, lhe vão permitir correr mais depressa do que o Faísca, tive de me render.
Deve ter sido mais ou menos isto que a minha mãe sentiu na altura das sabrinas douradas, quando nos passeávamos na rua comigo naquelas figuras. Ela só devia pensar que a filha era de facto uma bimba, mas uma bimba feliz! E é mais ou menos isso que eu penso do Calvin, mas ao menos ainda consigo somar a vantagens da poupança. É que segundo ele, agora não precisamos de acender luzes em casa. Priceless!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ínsultar também é uma arte

Desenganem-se aqueles que pensam que insultar é apenas uma atitude pouco merecedora de algum respeito e que serve apenas como arma de arremeço quando não há mais argumentos. Nada disso.
Insultar, para além de ser uma [de muitas, é um facto] forma de aliviar alguma tensão ou raiva acumuladas, é também uma forma de arte.
É que isto de insultar não é só chamar nomes, não, não. Apenas os básicos e pouco criativos se ficam pelos vulgares nojentos, ordinários, canalhas, bandalhos, bois, pulhas, filhos da p*** [este é um clássico no que a insultos diz respeito], entre outros que tais.
Insultar passa de "chamar nomes" a arte quando no meio do processo temos um flash criativo que nos permite inventar insultos novos, atirando-nos desta forma para a dimensão de artistas.
Foi isso que hoje aconteceu à J.A.. Ela que quando sente necessidade de partir para o insulto vira fera, ela que quando perde a paciência [jamais o poder de argumentação] assume sem medos e sem pudores que chegou a hora de bardajar, foi hoje, completa e violentamente projectada para a dimensão de artista ao insultar alguém com um "essa gaja [não, gaja não é insulto, ok?] é uma carcavélica!!!".
Não vale a pena perguntarem o que carcavélica significa. Não que ela não tenho explicado e não que nós não tenhamos percebido a explicação, mas porque tal como noutros tipos de arte, há insultos que não se explicam - sentem-se! Carcavélica é um deles e olhem que este foi bem sentido.
Posto isto, resta-me apenas deixar aqui uma singela contribuição para a vossa lista de insultos. Usem e abusem dele pois ela é uma porreira e não vos vai cobrar direitos de autor.
Quando o usarem espero que seja tão bom para vocês como foi para nós!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Já abriu a temporada dos caracóis

...mas este ano não os vou ter apenas no prato, pires ou travessa. Não, não vou fazer criação de caracóis nos vasos lá de casa nem tão pouco vou ter sacos desses bichos pendurados pela cozinha.
Este ano resolvi que não só os ia comer como também os ia pôr...na cara!
É verdade. É com algum cepticismo e até alguma vergonha que admito ter sucumbido ao famoso creme de baba de caracol.
Juro que até agora sempre me pareceu rídiculo e bastante duvidoso o tal creme. Aquilo para mim entrava no campo da famosa "banha da cobra". Primeiro, alguém alguma vez viu um caracol a babar-se? Eu não! Aquilo a que chamam baba, para mim não é mais do que ranho. Ranho é o único fluído que alguma vez vi sair de um caracol, logo, andar a espalhar ranho na cara não me parecia um conceito lá muito apelativo. Pior, como é que se acredita num creme que serve para...TUDO? É que o creme de baba de caracol não tem uma característica ou função específicas. Aquilo é qualquer coisa como uma pomada milagrosa, um creme dos 7 ofícios e eu cá duvido sempre dessas coisas. Ele é anti-rugas, ele é anti-manchas, anti-acne, anti-olheiras, anti-depressões, anti-narizes aduncos, anti-verrugas, anti-buço...eu sei lá. Para mim era uma espécie de "creme político", daqueles que promete, promete, mas no fim não faz nada.
Pronto, aqui em praça pública me confesso: eu comprei um creme de baba de caracol e juro que ao fim de 1 semana a espalhar ranho no trombil...estou bastante contente.
Se é efectivamente o ranho, se realmente aquilo dá para tudo ou se era a minha pele que estava sequiosa de algum tratamento, nem que fosse sebo de ovelha, isso já não sei. O que eu sei é que de cada vez que comer caracóis, enquanto dou um golo na cerveja, vou desejar que tenham espremido os bichos até não que não houvesse nem mais uma pinga de ranho que se aproveitasse, para eu poder continuar a ter o frasco cheio [sim, nem me vou questionar como é que se extraí a baba, ranho ou como quer que prefiram chamar aquilo, dos bichanos].
Se há gente que cola sanguessugas pelo corpo e mergulha os pés em tanques com peixes que alegremente lhes devoram a pele, tudo em nome da beleza, da saúde e do bom ar, porque raio é que eu não poderia espalhar ranho na cara?

E no meio disto tudo, não me sai da cabeça a bela música:

"O caracol é um bicho,
É um bicho do orvalho,
dá curvas a 120,
ah caracol do ..." [acho que me esqueci da letra...]

terça-feira, 15 de maio de 2012

Dream Killer

Lembram-se de eu ter dito que tinha um sósia do Lenny Kravitz a dar uma formação aqui na chafarica? Pois bem, ele ainda cá anda, mas deixou de me arrancar um suspiro ou outro, nem mesmo um olhar de esguelha que seja consegue de mim.
Porquê, perguntam vocês? Por que quando tentei partilhar com um colega aqui da chafarica quem é que ele me fazia lembrar, ele atalhou brutalmente para dizer que a ele lhe fazia lembrar o Borat [sem o bigode, o que na verdade não é uma grande ajuda]!
O Borat?! Porra, é que vendo bem até dá mesmo uns ares...mas o BORAT?!!!
E pronto, é assim que se arruína uma imagem bonita que tínhamos na cabeça...não há direito!

Today's Mood #30

"Mi Lolita no comprende!"

É mais ou menos assim que me sinto, estás a ver? Quando acho que percebi tudo, quando acho que piso em terreno firme e que as hipóteses de pôr o pé em ramo verde são [quase] nulas, quando estou completamente segura daquilo que sentes, quando corro a grande velocidade até à grande área, sem ninguém por perto, com a baliza toda aberta para um golo a la Maradona...resolves pregar-me uma rasteira. Pior, é que nem sequer o fazes "à porco", assim tipo entrada a pés juntos merecedora de cartão vermelho directo, nada disso. Fazes a coisa com o requinte e com a subtileza necessária para nem sequer ser assinalada falta, mas que mesmo assim me faz comer relva e perder a oportunidade de golo.
CABRÃO! [e não, não sou eu que te chamo. É a minha consciência que é uma adepta fervorosa deste jogo e que está a assistir a tudo na bancada VIP. A gaja não consegue mesmo ver um jogo destes calada...]

Como animar uma a manhã na chafarica?

Ter um sósia do Lenny Kravitz a fazer-nos uma apresentaçao

LIKE!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Há por aí alguma alma caridosa...

...que diga à Alexandra Lencastre que o melhor é ela deixar-se disso do botox, que não lhe faz nada bem? Que coma antes uma peça de fruta que lhe faz melhor. É que a coitada já mal consegue mexer os lábios de tão inchados que estão e julgo que aquilo também lhe deve estar a afectar a visão pois os olhos mal abrem.
Diria que a senhora está assim a modos que parecida com um carneiro mal morto a quem um ataque alérgico lhe fez inchar os beiços!

...ou se calhar estou a ser má e a coitada está só meia atordoada com o vestido amarela canário da histérica Cristina Ferreira

A primeira vez do Calvin...

...na Feira do Livro. Sim, há sempre uma 1ª vez para tudo e hoje foi dia de comprar livros.
Fomos de manhã, ainda pela fresca e com aquela vistas "aos pés"! Maravilha!
E é em manhãs como esta (e tantas outras) que vejo mais uma vez que és mesmo a companhia perfeita. Quando muitos miúdos andam por ali por ver andar os carros eléctricos, tu andavas a espreitas as bancas entusiasmado com os livros que podias escolher e quando, quase 3 horas depois de palmilhar feira acima, feira abaixo, te podias começar a queixar como um miúdo de 4 anos, podias começar a pedinchar colo, hamburguers, farturas ou mesmo, quem sabe, uma ginja de Óbidos, quando podias começar a fazer uma birra por estares farto, disseste só que estavas cansado e que querias sentar-te naquelas cadeiras (leia-se: esplanadas) para leres os teus livros!
Calvin, sem a menor sombra de dúvida: TU ESTÁS LÁ!
Calvin 2 x Mamã 3 + sol + Lisboa = mais uma das nossas manhãs felizes

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Festa na piscina

Ontem foi o dia da família na piscina onde o Calvin faz natação.
A ideia era os pais poderem ir, juntamente com os seus cachopos, chapinhar, entre jogos e brincadeiras.
Chegando eu à conclusão que não tenho um fato de banho e que ir de bikini poderia ser...pouco apropriado, limitei-me a ficar do lado de fora a observar a festa.
O Calvin como bom pato de água que é, divertiu-se horrores.
A mim, aquilo tudo só me fazia lembrar os Jogos sem Fronteiras, essa grande programa de entertenimento familiar de Sábado à noite [a mítica frase: "3 pontos para a equipa de San Marino" martelou-me a cabeça o tempo todo].
Pior, a criatura só me parecia o Eládio Clímaco! Que visão!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Das duvidas que às vezes me surgem...

Estava eu a ler um post to Aflito quando se me levantou uma duvida, uma questão do mais pertinente que pode haver, perante tal publicidade.
Já não nos bastava haver por aí em discotecas e festas de verão de qualidade duvidosa, concursos para eleger a Miss t-shirt molhada, será que depois disto vão começar os concursos Miss t-shirt chupada?
Enfim, cada um tem as suas duvidas e eu cá também tenho as minhas...

Há dias em que...

...sinto que há em mim um misto de Princesa Letizia e Maria Madalena.
Não que eu seja uma princesa, muito menos uma puta arrependida, mas que a situação até tem as suas semelhanças, lá isso tem!
A ver se o conto de fadas tem um happy ending ou se acabo apedrejada em praça pública.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Today's Mood #29

Estou podre, exausta e extenuada, fruto de um fim de semana de jantaradas que colam com pequenos almoços.
Se a isso somarmos um cabelo versão caniche, os pés húmidos da chuvada matinal [ainda bem que esta semana chegava o verão!] e as dores nas costas, talvez quem sabe, assim a modos que barómetro humano [vulgo: maleitas de velha], posso dizer que a semana está a começar muito bem, sem dúvida!
É pena eu não pertencer ao clube das criaturas que odeiam a 2ª feira. Assim ao menos já tinha a quem atirar as culpas para o dia que estou a ter. Como não, sou...S. Pedro, desculpa lá mas vais ter de levar com os meus insultos. Desculpa lá qualquer coisinha!!!

Espectáculo Digo Eu #11

Eu (enquanto preparo o jantar): Calvin, hoje a sobremesa é manga, ok?
Calvin: Ainda ontem comi manga. Não achas que é manga a mais?
Eu: Não, isso foi ontem...
Calvin: Pois, mas não te esqueças que agora as noites são mais curtas...

Conclusão: A sobremesa foi morangos. Confesso que não soube argumentar contra os factos científicos apresentados

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Pingo Doce venha cá

Hoje o assunto do dia não foi a chuva, o sol, as manifestações, a feira do Livro nem o feriado. Hoje o Pingo Doce esteve na ribalta pelo que, quer concorde quer não, aqui fica um sim Sr., Sr. Jerónimo Martins! pelo grandioso golpe de markting.
Não me choca que o pessoal aproveite um dia com 50% de desconto (sim, 50% ainda é dinheiro, pelo menos para mim) para fazer as compara do mês. Não me choca que o pessoal do Pingo Doce tenha ido trabalhar no Dia do Trabalhador (e pelo que sei vão ter direito a 1 dia de folga e, tal como manda a lei, foram pagos a dobrar). Não me choca (também não acho que o feito tenha sido de uma enorme grandeza nem gigante generosidade) a campanha feita pelo grupo e não, não acho que tenha sido só por o povinho delirar com descontinhos que o dia de hoje tenha sido um fenómeno/espectáculo/degredo.
O que me choca verdadeiramente é a capacidade que as pessoas têm de se transformar [ou revelar] em perfeitos selvagens! O que me choca são as pessoas soltarem o bicho que há em si em troca de trocos.
Desde que me entendo por gente que as compras da casa são feitas no Pingo Doce e na minha casa a tradição mantém-se, aliás, acho que nem sei fazercompras noutro sítio. Sou uma moça de hábitos.
Hoje, tal como em muitos dias que tenho livres, aproveitei para ir às comprar e sim, o facto de ter 50% de desconto no sítio do costume agradou-me.
Não me deslumbrei pelo desconto e não comprei mais do que habitualmente compro. Não comprei nada diferente da minha habitual lista de compras nem sequer comprei em quantidades industriais pelo que o Calvin não vai comer mais Cerelac, não vai beber mais sumos, não vai comer mais fruta ou mais arroz nos próximos tempos do que já comia ou bebia antes. Não fiquei com a despensa a transbordar nem tive que acondicionar rolos de papel higiénico, pacotes de esparguete ou paletes de leite debaixo da cama.
Fui, tal como tantas outras vezes, ao supermercado do bairro (que ainda é mesmo de bairro e não uma grande superfície) comprar as coisas que me faziam falta...e nada mais!
Se poupei uns trocos? Claro que poupei, e isso sabe sempre bem. Se precisava disso para fazer o avio para o mês? Não. Felizmente não preciso das promoções do Sr. Jerónimo Martins para comer, mas teria de ser muito hipócrita se dissesse que não gostei de lhe ter dado apenas metade do dinheiro que habitualmente lhe dou.
O que me deixa mesmo impressionada, o que realmente me marcou hoje foi a ganância desmedida e a falta de civismo das pessoas.
Não vou tecer juízos de valor sobre quem aproveita um desconto, mas não consigo não o fazer sobre quem, em vez de ir às compras, faz pilhagens nos supermercados. Não consigo deixar de pensar que muito antes das prateleiras do leite estarem vazias, na dos vinhos, vodkas, cervejas, gins e afins já não havia uma gota para contar história, que antes de se acabarem os iogurtes ou o pão, já não havia um camarão e que as batatas fritas, as tiras de milhos e os rolinhos de queijo desapareceram muito mais depressa que os cereais, que os legumes e que a fruta, que ainda lá devem estar. Isto leva-me a pensar que se calhar o povo não está em crise por não ter dinheiro para comer, mas sim por não ter dinheiro para petiscar. Prioridades...
O facto de ver também quantidades obscenas de comida estragada pelo chão, de ver garrafas partidas, garrafas meio bebidas, queijos atirados para as arcas congeladoras, ovos pelo chão e pessoas quase à chapada por uma garrafa de whisky, faz-me perceber também o porquê de, em caso de guerra nuclear, as baratas serem as únicas que se safam. Se com uma promoção há tiros, chapada, pilhagens e saques, não quero imaginar em caso de crise a sério!
Vá, tenho que admitir também que me faz muita alguma espécie o facto das pessoas comprarem 10 desodorizantes quando a avaliar pelo cheiro nem 1 usam, mas isso sou eu que às vezes sou estranha.
Algo me diz que no próximo fim de semana muitas destas coisas vão estar outra vez "em promoção" lá pela feira do Relógio e que no próximo Natal ainda vai haver gente a receber chocolates, bombons e caixas de bolachas de manteiga compradas hoje...ou se calhar sou só eu a ser má outra vez...