segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Já estava a estranhar

Há já quase um ano que me mudei para esta casa e se havia coisa que estava a estranhar, diria até que achava algo suspeito, era a normalidade dos vizinhos.
Até agora ainda não tinha tido encontros de 3º grau, ainda não tinha assistido a lutas de cães, nem ouvido barulhos estranhos pelo que achava que agora sim, tinha arranjado uma casa onde podia habitar e ser feliz na paz do Senhor. Tirando a vizinha de cima que, apanhando-me no terraço me pergunta se eu não tinha visto esquecido na garagem um saco com uns sapatos da "siásaide" (sim, ela disse mesmo assim com essa pronúncia), era tudo assustadoramente normal. Gente pacata, até ver civilizada e pouco digna de registo.
Eis que num serão de Outono em que a chuva resolve dar umas tréguas e o ar estava quente e húmido ao ponto de me permitir abrir a janela, tudo mudou quando um/a vizinho/a resolve ensaiar, tocar, martelar, fazer barulho, com aquilo que me parecem ferrinhos!
Não sei se é do tempo, se só agora se revelou, mas temo que as minhas noites pacatas tenham chegado ao fim, bem como esse mito urbano de ser possível ter vizinhos normais!
Vizinho, se por acaso me estás a ler deixa-me avisar-te que, se insistes nisso da música, vou ser obrigada a pagar na mesma moeda e olha que eu não tenho uns ferrinhos, mas tenho o "piano" do Calvin. Acredita que o som que de lá brota é muito mais assustador, diria mesmo creepy, estás a ver? Pronto, então não queiras ouvir. Olha que eu acho que aquele instrumento do demo, se tocado no meu terraço, é coisa para não te deixar dormir a noite toda.

Muito agradecida, 
a vizinha que também sabe tocar, tão bem como tu!

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