Aprecio pessoas asseadas. Quem não gosta de passar por alguém com ar fresco, cuidado e aroma perfumado?
No escritório então é inquestionável e incontornável a importância que o aspeto e a higiene pessoal têm, mas onde é que está a linha que separa o auto-cuidado o e excesso de confiança?
É que entrar na casa de banho e ter alguém a pentear-se, vá, aceito. Ter alguém a retocar a maquilhagem, enfim, também passa. Entrar na casa de banho e ter colegas a lavar os dentes é demais para mim. Juro que não aguento aquele esfrega, escarafuncha, torna a esfregar, bochecha... para culminar numa cuspidela. Se isto já seria mau estando cada um no seu lavatório, é ainda pior quando resolvem apostar imenso no design, tudo em abono da alegria no trabalho, e pespegam na casa de banho um daqueles lavatórios corridos, muito modernos, claro, mas onde a água e os fluídos da pessoa do lado vão por ali fora juntar-se aos meus. É demais, caríssimos.
Agradecemos todos o vosso bom hálito e o facto de não termos de vos avisar, gentil e discretamente, que vos sobrou um pedaço de espinafres para o lanche e que o mesmo está colado ao vosso dente da frente, mas isto de lavarem os dentes ao meu lado parece-me sempre uma intimidade excessiva, intimidade essa que não quis nem quero ter.
Resolvam lá a coisa com uma pastilha elástica de mentol e caprichem na lavagem dos dentes à noite que, acreditem, não vão morrer por causa disso.
Sem comentários:
Enviar um comentário