sábado, 22 de março de 2025

Não é para todos

Nem todos percebem a sublime beleza de pegar em algo antigo e dar-lhe um sopre de nova vida.
Acredita Sheila. A maioria das pessoas só vê velho onde há estória e não tem a vontade, ou a paciência, de tratar, recuperar, criar. E porquê que iam fazer isso se podem comprar novo? - perguntas tu, Sheila. E eu respondo-te. Porque quem perde o seu tempo a trazer a beleza de outrora a alguma coisa, quem se dedica a aprender qual a melhor forma de fazer renascer o que já parece estar morto, é absoluta e inbutitavelme uma pessoa melhor. É alguém que prefere manter a substuir. É alguém que vê potencial no que outros julgam acabado. É alguém para quem o ter é muito mais do que possuir.
Oh Sheila, Sheila, só quem vai ao Ikea e à Zara comprar aquilo que ao longe parece bom, mas que ao perto vê-se as costuras mal amanhadas, o tecido de fraca qualidade, o MDF revestido a plástico a dar ares de madeira, poderia achar que todas essas quinquilharias que compram, mesmo que sejam mau, faz vista. São as mesmas pessoas que dão uma borradela de tinta para "lavar a cara" e parecer novo. Vá lá Sheila, diz-me que consegues perceber a diferença, só para eu não estar a gastar o meu latim.
Bom, mesmo que não percebas, faz-te um, favor. Foge de tudo aquilo que só pareça, mas não é. Escolhe menos, mas melhor e, acima de tudo, acredita que nem tudo o que luz é ouro e o que reluz demais é coisa de saloia, daquelas que se chamam Sheila. 

quinta-feira, 20 de março de 2025

Eu não sou de intrigas, mas...

Temos de repensar o nome das tempestades.
Martinho e coisa assim a atirar para o benzoca. Tipo uma chuva refrescante com brisa marinha ao fim da tarde, num qualquer trópico requintado.
Pelas imagens que tenho visto, pela rebaldaria que foi esta noite (eu não dei por nada, mas todos dizem que foi um desassossego. Isto de trabalhar mais do que a conta teria de ter alguma vantagem), isto era coisa para se chamar Rúben, Fábio, Gerson ou até mesmo Adérito, mas Martinho nem pensar. 

Entendedores entenderão

Uma mama belíssima,

Uma mama fantástica,

És a nossa fé, 

Força Anita, Allez!


Relógio parado

É o que parece ter acontecido naquele período de tempo entre fazeres a mamografia, seres chamada para a ecografia mamária e ouvires o veredito da médica.

Se tiveres atrasado 6 meses a data dos teus exames então, o tempo não só está parado como tu estás congelada.

Vou só ali limpar o suor do bigode e já volto.

terça-feira, 18 de março de 2025

O problema és tu, não sou eu

E é só isto que eu tenho a dizer à Zara e à sua numeração de roupa completamente descabida onde um M passou a ser um tamanho que só serve a uma teenager anorética. Já eu, uma pessoa normal e de tamanho regural, acabo a parecer, na maioria das vezes, a parecer uma picanha argentina embalada em vácuo. 

terça-feira, 11 de março de 2025

Los embutidos

Hoje no refeitório (sim, vamos ignorar a palavra "refeitório" que me remete sempre para a cantina da escola), o imberbe que atende as pessoas achou por bem entornar uma sopa em cima de mim.
Agora vou passar a tarde a cheirar a enchidos. É que podia ter sido só um caldinho de legumas, mas não. Era mesmo uma sopa da pedra!

Águas mil

Tenho a sensação que está a chover há meses seguidos.

sexta-feira, 7 de março de 2025

Flávio, meu rapaz

Eu percebo que por teres chegado antes tens aquela ideia bacoca de que a antiguidade é um posto. Percebo que aches que serás tu a mostrar o caminho por onde deve seguir o rebanho, mas a verdade, meu bom Flávio, é que se assim fosse, não trariam alguém novo para te guiar.

Acredita que das melhores qualidades que podemos ter é conhecer as nossas limitações. Agora vá, vai lá aprender com quem sabe. Mostra-te humilde e com vontade de aprender. Deixa essa a chico-espertice de lado para não teres de ser posto num lugar. Mais vale ir para lá pelo teu próprio pé, com a cabeça levantada, do que por uma orelha, qual fedelho de escola.


quinta-feira, 6 de março de 2025

Gente fina e marcarrão

Fica difícil explicar a quem só comeu arroz com feijão, a delicadeza subtil de de uma vieira cozinhada no ponto ou sabor simples, porém requintado, de um peixe de mar ao sal.


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Diz-me com quem andas...

Na minha nova equipa não há uma única gorda. Nenhuma. Nem gorda, nem roliça, nem anafadinha.
A única que para lá foi e levou com elas uns valentes quilos a mais, não sei se por motivação, inveja ou vergonha, perdeu-os em 6 meses.
Finalmente comecei a ter esperança!

Mais uma festa de Carnaval no colégio

Prova SU-PE-RA-DA!

Ao longo de 17 anos nestas lides aprendi que o truque não está no fato em si, mas nos pormenores que vão compôr o ramalhete.

Ele são os acessórios, ele são os sapatos, ele é o cabelo, ele é a maquilhagem, caso acrescente alguma coisa à personagem, enfim, é toda uma panóplia de coisas necessárias ao sucesso.

Não de somenos importância, é de referir que tudo isto se passa ali pelas 7:30 da manhã onde manter os olhos abertos e a cabeça funcional é já por si um feito hercúleo.

Palmas para as mães que conseguem esta proeza e uma ovação de pé à minha filha que, seja qual for a máscara escolhida, encarna a personagem na perfeição.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Tenho uma nova obsessão

Desenganem-se se acham que este meu transtorno se prende com uns sapatos, com uma mala, com uma música, com um carro ou com qualquer peça de roupa. Era bom que fosse e, acreditem, tinha a vida facilitada, mas não é.

Acontece que comprei uma máquina nova para remover borbotos. Acredito que esperassem algo mais interessante, exclusivo, até mesmo exótico, mas não. É mesmo só uma máquina para tirar borbotos. E aqui o "só" é muito relativo. Máquinas para o efeito há muitas, mas das boas, essas, senhores, há poucas e eu adequiri uma para bem das roupas aqui de casa, mas para mal dos meus serões.

Agora quem me quer ver é com camisolas, casacos e tudo o que possa ter pêlos no colo e o potente aparelho na mão.

Ah, mas isso é o entusiasmo inicial. Entretanto dás a volta aos roupeiros e pronto, fica o problema resolvido - pensam vocês. Acontece que temo que, mal termine a 1ª volta, as malditas bolinhas de pêlo voltem a aparecer e tenha de recomeçar tudo outra e outra vez. 

Desejem-me sorte e rezem pela qualidade das malhas desta casa, só assim a modos de eu poder ter algum descanso e, quem sabe, pegar no livro que ficou encostado a um canto desde que este pequeno demónio aqui entrou.

Patos-bravos dos tempos modernos

Pato-bravo que se prezasse era um orgulhoso proprietário de uma viatura BMW na qual se deslocava crendo-se uma pessoa de alto estatuto e gabarito.

Os tempos mudam, as coisas modernizam-se e nem os patos-bravos querem ficar para trás. O que seria?

Agora BMW's são coisa do passado. Eles podem ser, e são, saloios, mas são saloios modernos, vai daí, é vê-los por aí nos seus Tesla.

Se prestarem muita atenção vão também reparar que são pessoas bastante apreciadoras de roupa e acessórios com logótipos abundantes que corroborem esse seu estatuto. Elas têm especial preferência pela Guess e Mickael Kors, vá, no limite uma Gucci, e eles quase sempre envergam fatos de mau corte e sapatatos de má qualidade, que o dinheiro não dá para tudo e as prestações da viatura não se pagam sozinhas.

Modernos ou do passado, os patos-bravos nunca enganam e jamais desiludem.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Anita, senta-te aqui que há muito tempo não falo contigo.

Juro que não me apetecia ter esta conversa, mas por mais tempo que passe, não aprendes e como não aprendes, obrigas-me e vir aqui para a tua beira dizer-te umas coisas.
A grande maioria das pessoas vive para receber. Não comeces já a dizer que são más, que são egoístas, que são umas chupistas emocionais, umas sanguessugas de energia e boa vontade alheia, que até podem ser, porque na verdade são pessoas e isto faz quase parte da sua natureza. Sim, bem sei que vais dizer que não és assim, que te preocupas mais com os outros do que muitas vezes contigo, que achas que é no dar que está o ganho e que se todos derem, obviamente todos recebem, que por mais que consigamos tratar de nós, é bom quando há quem o faça também, ou que pelo menos se predisponha a isso. Isso é tudo muito certo, tudo muito bonito, mas na vida real, e é lá que vives, sabes bem que as coisas não são assim. 
Repara, Anita, cada um tenta safar-se por onde pode. Cada um tentar fazer ao máximo aquilo que quer e lhe dá prazer e, por norma, ajudar os outros implica, quase sempre, um esforço adicional. Implica que tenhamos de fazer um desvio no nosso trajecto, desvio esse que só leva à felicidade do outro. Implica ter uma coisa chamada empatia. Eu sei que tu sabes o que é, mas acredita que a maioria não sabe, mesmo que afirme a pés juntos que sim. Ora bem, não havendo uma mais-valia para quem tem de fazer esse esforço extra, excusado será dizer, que não tem grande motivação para o fazer, entendes? Se é triste? É. Se as pessoas estão cada vez mais focadas no seu umbigo? Estão. Se são muito poucos aqueles com quem podemos realmente contar e, seja qual for o esforço que é preciso fazer, estão lá? São. Pouquíssimos!
Então vá, comecemos pelo ponto fundamental, pelo ensinamento mais importante e que jamais devemos esquecer: separar o trigo do joio. É isto que nos permite ir sobrevivendo nesta montanha-russa que são as relações com outros seres.
Segunda coisa que nunca, mas mesmo nunca podes ignorar, e apesar de vir em segundo lugar não é somenos importante, é focares-te em ti. Sim, ouviste bem. Em ti!
Como já te disse, as pessoas olham para si próprias. Se só olhares para e pelos outros, quem é que toma conta de ti, rapariga? Deixa lá isso de fazer das tripas coração para fazeres os outros felizes. Se tivesses esse mesmo empenho, essa mesma dedicação para te acarinhares, arrisco dizer que os que te rodeiam tratar-te-iam da mesma forma. Sabes que nós fazemos as regras de como queremos, devemos e merecemos ser tratados. Quando nos menosprezamos, de alguma forma dizemos ao outros que podem fazer o mesmo. Aguenta que é a mais oura das verdades. 
Em terceiro, e por último que não te quero maçar muito, aprende de uma vez por todas a dizer não, mas sem espernear. Basta só dizer não, como tantas vezes dizes aos teus filhos, sabes? Aquele não inequívoco e irrefutável, naquele tom de voz baixo e calmo, que não deixa margem para contestação nem dúvidas? Esse mesmo.
E se não aprenderem? Já sabia que ias fazer essa pergunta, mas tu és uma rapariga esperta e eu sei que tu sabes a resposta. Se não aprenderem é fácil. Desliga. Deixa as pessoas seguirem o seu caminho sem seres tu a desbravá-lo primeiro. Lá está o separar o trigo do joio outra vez. Cerca-te dos que já sabem essa lição e dos que a quiseram aprender. O resto a onda leva e, acredita, que não te vão fazer assim tanta falta. 
Sabes que és capaz de muita coisa. A vida já te mostrou isso, e embora me irrite ter de te dizer disto de tempos a tempos, sei também que às vezes precisamos que nos lembrem destas coisas. Afinal, é também para isso que eu cá estou. 
Vá, agora vai lá sacudir o pó que tens no cabelo (um dia juro que temos de ter uma conversa sobre ti e isso do bricolage, mas não é hoje), respira fundo, descansa a cabeça e esse coração que as coisas são como são e neste caso, não são assim tão grandes nem importantes, assim tu te ponhas sempre em primeiro lugar. 

Drama laboral dos tempos modernos

Enganarmo-nos na janela em que escrevemos algo a falar menos bem de alguém e não conseguir apagar a tempo de não ser lido.
Parte boa - não foi na janela da própria.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Descobri a pólvora

Na verdade não foi bem a pólvora, mas a minha descoberta foi igualmente bombástica.

Descobri o "Pink Stuff" e até ver, aquilo tornou-se mais numa verdadeira arma de guerra do que num produto de limpeza.

Estou com dificuldades em parar, mas a verdade é que em menos de uma semana consegui acabar com um boião. Dos grandes!

 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

A Anita é avó

Como se tratar de uma criança, de um adolescente, de um homem que por vezes é também uma criança, não fosse suficiente, eis que foi então promovida à categoria de avó.

Anita, avó tão nova? Tão fresca e tão fofa? Como é que é possível?

Fácil. Bastou uma ida ao Toys R Us, comprar um tamagotchi e , voilá, tornei-me avó.

Bem sei que aquilo é só um brinquedo, mas o que querem? Custa-me ouvi-lo para ali a apitar, a pedir comida, ou que lhe limpe o cocó, entediado e em sofrimento, e não fazer nada. Sou um coração mole, é o que é.

E convenhamos que isto é uma belíssima cartada para lançar quando a cachopa vem com a conversa "o meu sonho era ter um cão".

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Ouro dos tolos

Fico sempre fascinada a ouvir os vendedores da banha da cobra.

Nada como um bom fala-barato, mas daqueles que acha mesmo que é um orador do mais alto gabarito, para nos alegrar a tarde.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

À vontade não é à vontadinha

Aprecio pessoas asseadas. Quem não gosta de passar por alguém com ar fresco, cuidado e aroma perfumado?

No escritório então é inquestionável e incontornável a importância que o aspeto e a higiene pessoal têm, mas onde é que está a linha que separa o auto-cuidado o e excesso de confiança?

É que entrar na casa de banho e ter alguém a pentear-se, vá, aceito. Ter alguém a retocar a maquilhagem, enfim, também passa. Entrar na casa de banho e ter colegas a lavar os dentes é demais para mim. Juro que não aguento aquele esfrega, escarafuncha, torna a esfregar, bochecha... para culminar numa cuspidela. Se isto já seria mau estando cada um no seu lavatório, é ainda pior quando resolvem apostar imenso no design, tudo em abono da alegria no trabalho, e pespegam na casa de banho um daqueles lavatórios corridos, muito modernos, claro, mas onde a água e os fluídos da pessoa do lado vão por ali fora juntar-se aos meus. É demais, caríssimos. 

Agradecemos todos o vosso bom hálito e o facto de não termos de vos avisar, gentil e discretamente, que vos sobrou um pedaço de espinafres para o lanche e que o mesmo está colado ao vosso dente da frente, mas isto de lavarem os dentes ao meu lado parece-me sempre uma intimidade excessiva, intimidade essa que não quis nem quero ter.

Resolvam lá a coisa com uma pastilha elástica de mentol e caprichem na lavagem dos dentes à noite que, acreditem, não vão morrer por causa disso.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Palmas para a Anita

As mudanças vêm quando estamos prepardos para elas.

A minha chegou! 


Quanto mais conheço os filhos dos outros, mais gosto dos meus

A partir de quando é que se passou a achar que educação não é algo que deva ser dado às crianças?

Convém referir que por educação refiro-me a princípios, a regras, a valores morais e sociais, e não à escolarização. Essa os pais acham que têm de dar a melhor, a maior, a mais eficiente e ter Ensteins aos 7 anos de idade, nem que para isso fiquem sentadinhos ao seu lado a fazer os trabalhos com eles, a estudar com eles, a fazer todo e qualquer projecto por eles porque, lá está, têm de ser sempre óptimos e nunca, jamais em tempo algum, ficarem atrás do colega do lado. Ou de trás, Ou da frente.

Os pais, passaram não só a ser professores, mas a acumular essa função com aqueles que realmente o são durante o horário letivo. Que se lixe isso da autonomia e da capacidade de resolverem problemas. Esses pontos irão trabalhar noutra altura mais apropriadas como por exemplo em casa, na rua, no parque, no restaurante, na casa dos outros, na escola, onde deixam a criança dizer e fazer o que quiser e a quem quiser, pois acredititam que isso sim é desenvoltura, espontaneidade e são, o mais possível, pela parentalidade positiva. 

Confunde-se regras com autoritarismo, confundem-se valores e limites com repressão de sentimentos, respeito pelos mais velhos com direito a ser ouvidos, e por aí vão, a criar miúdos mal educados, respondões, sem noções básicas de sociedade, caprichosos, pedinchões, incapazes de lidar com um "não,  egoísta e egocêntricos, quais pequenos tiranos, que infelizmente não são só eles que têm de aturar ( e ai de quem repreender a criancinha. O que seria?). Fazem dos pais gato-sapato, e esperam que lhes seja permitido fazer isso com todos.

Tenho pouca paciência para lidar com essas mini pessoinhas, mas depois olho em volta e percebo que a fruta nunca cai muito longe da árvore. 
Lá vou explicando a quem me diz respeito que aqueles comportamentos não são bonitos, normais e muito menos aceitáveis, pelo menos na nossa casa, e confesso que fico orgulhosa por não ter daquilo dentro de portas.

Ano Novo

Janeiro foi um mês feio, pesado, pautado por doenças, morte e tristeza.

Mais uma vez decidi que o ano só vai começar em Fevereiro e por isso só a partir daí é que conta. 

Quero acreditar que a partir daqui só pode melhorar.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Anita foi ao saldos em Janeiro

E o que comprei eu, perguntam vocês?

Frigideiras. Sim, fri-gi-dei-ras.

Fiquem sabendo que as de aço inoxidável encontram-se com 40% de desconto no El Corte Inglês. De nada.