quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cada um é para o que nasce

...e definitivamente eu não nasci para ter outros seres vivos casa que não eu mesma [e às vezes sabe-se lá como é que arranjo maneira de tratar de mim] e o Calvin.
A minha apetência para ter animais de estimação é por muitos bem conhecida e dará certamente um belo post, mas hoje dedico-me em exclusivo ao reino vegetal.
Acabei de enterrar uma das últimas sobreviventes da espécie cá em casa pelo que neste momento restam-me 3 cactos [realmente foram uma escolha inteligente], uma planta na sala e uma moribunda estendida na varanda.
A defunta do dia foi a estrela de Natal gentilmente dada pelo meu pai. A coitada já cá chegou a gritar "transplanta-me! transplanta-me", mas a única coisa que consegui fazer-lhe até perder todas as flores e folhas, até não lhe restar mais nada do que uns coutos a que cientificamente se dá o nome de caule foi, esporadicamente deitar-lhe umas pingas de água [pouca que o vaso era pequeno]. Ao que parece o poder da física sobrepõe-se ao poder da biologia e hoje foi decretada a sua morte vegetal!

[minuto de silêncio em honra da desgraçada]

A verdade é que o Natal já lá vai há uns meses e como tal, se ela chegasse ao próximo é que eu ficava espantada. Pode-se dizer que ela, ao contrário de mim, cumpriu o seu papel.
A moribunda que está na varanda é sem dúvida a mais resistente planta que já conheci.
Também ela chegou a minha casa [em Outubro de 2008] a implorar por um vaso maior. É certo que continua em lista de espera para o transplante apesar de eu já lhe ter comprado outro vaso, mas lá força de vontade  tem ela pois nunca parou de crescer e olhem que há até quem tenha ficado espantado pelo facto de ela se ir aguentando verde e viçosa.
Nada a abalava, nem períodos prolongados de seca os quais fizeram com que as suas folhas parecerem capim. Bastava um pouco de água que era vê-la ali a recuperar em grande estilo.
O que a deitou abaixo foi a última mudança na qual ela ficou esquecida na varanda onde já tombou com o vento e a única água que vê é a da chuva, o que como sabem, não abunda.
E não, não é preciso começarem para aí a chamar-me assassina e aos uivos de dor pois não é por maldade nem com qualquer intuito cientifico tal como testar a sua resistência que o faço. É mesmo esquecimento, desleixo, lazeira.
Se a estrela de Natal [fraquinha] não teve outro remédio a não ser o saco do lixo [se calhar dizer aqui que o saco do lixo é ecológico não fica lá muito bem, não é?], com vaso e tudo [eu até o tinha guardado, mas assim como assim ele também era pequeno], algo em mim me diz que a moribunda vai sobreviver e voltar a ser uma planta feliz.
E é assim, a título de promessa, que me comprometo a tratar-lhe da saúde este fim de semana.
Novos comunicados sobre o estado da enferma serão dados quando se justificar.

1 comentário:

  1. Vá lá, tu ainda vais tentando tratar das bichas. Eu simplesmente recuso-me a tê-las em casa porque acho que nem dos funerais me iria lembrar e, às tantas, a minha casa iria ser um depósito de cadáveres desenterrados.

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