quinta-feira, 14 de julho de 2011

From the scratch

Porque às vezes é preciso começar do zero. Reconstruir tudo outra vez, umas vezes para fazer diferente, outras apenas para fazer melhor. E foi mesmo isso que eu fiz. 
Peguei em mim e mudei tudo. Deixei para trás tudo o que eu tinha a certeza que não queria, aliás, era mesmo essa a única certeza que tinha comigo - a de não querer.
A partir daí a minha vontade, os meus quereres, a sorte, o destino encarregaram-se de fazer as coisas acontecer e lá no fundo, no fundo aconteceram bem.
Reconstruir tudo sozinha custa, cansa, tem dias até que dói, mas é tão bom! Deixa-nos na boca o gosto doce do eu consigo! Faz com que a nossa vida passe a precisar apenas de pequenos arranjos, algumas remodelações, mas as bases, os alicerces estão lá. São sólidos, são meus e esses já ninguém mos tira.
Se porventura comecei pelo caminho errado, com a minha bússola descompassada e com o norte a apontar para sul , agora orientei-me e caminho na direcção certa, mesmo que às vezes possa parecer que vou aos zig-zagues.
Gosto de chegar todos os dias a casa e ver sempre mais um bocadinho do que eu construí. Não, não estou a construir um mundo só meu, um mundo onde não há espaço para mais nada nem ninguém. Longe disso. Estou a construir um reino com portões abertos, mas onde só entra o que eu quiser que entre e o que faz falta entrar. Estou a construir um canto, um ninho onde cabe tudo que possa haver numa vida, mas onde acima de tudo eu me sinto confortável, o que de certa forma também conforta os outros. Estou a construir a minha vida, a minha independência, estou-me a construir a mim e tal como qualquer artista, tal como qualquer arquitecto, estou a amar a minha obra.
Que nunca me falte a criatividade, a força nos braços e a vontade de seguir caminho, é que na verdade estou a adorar a estrada e não consigo evitar ficar deslumbrada com a paisagem.

1 comentário: